REVOLUÇÃO NO ONZE OFERECEU MAIS CÉREBRO
Por comparação com os titulares da derrota em Vila do Conde, entraram cinco jogadores. Eustáquio destacou-se e Carmo estreou-se. E há sempre Taremi
O treinador do FC Porto apostou num 4x4x2 muito dinâ mico, suficiente para anular a solução de duplo pivô aplicada pelo técnico do Gil Vicente. Vitória por 2-0 conquistada ainda no primeiro tempo.
Controlo quase absoluto, atividade muito continuada na área adversária e apenas um par de sustos em área própria. Pode dizer-se que a pequena revolução operada por Sérgio Conceição no onze surtiu efeito e, apesar de uma belíssima exibição de Taremi, terá sido nas dinâmicas de meio-campo, ontem povoado por Otávio, Uribe e Eustáquio, que viu a consistência que tem pedido aos seus jogadores. Do outro lado, um Gil Vicente que nunca se rendeu, tendo mesmo estado perto do golo por duas vezes. No entanto, apesar e um Fujimoto a funcionar como pêndulo e de um Fran Navarro que é um autêntico vendaval junto dos defesas contrários, faltou discernimento à equipa de Ivo Vieira para contrariar o jogo rápido, mas muito cerebral dos portistas.
Os tentos do iraniano Taremi (41 minutos) e do brasileiro Galeno (44), a fechar a primeira parte, coroaram um primeiro tempo de grande atividade ofensiva portista. Com cinco alterações promovidas por Sérgio Conceição por comparação com os titulares na derrota em Vila do Conde – desde logo, a estreia absoluta em jogos oficiais de David Carmo pela equipa principal, a que se juntaram, em relação à derrota frente ao Rio Ave, Wendell, Eustáquio, Galeno e Toni Martínez -, o FC Porto apareceu em Barcelos com uma atitude ofensiva bem mais marcada, apesar do rendilhado, em processo ofensivo, que os portistas montam até se instalaram nas intermediárias contrárias. Ontem, tudo isso foi feito num tradicional 4x4x2, com o meio-campo em losango, embora as dinâmicas dos médios e defesas nas extremidades do campo, com ênfase para Pepê e Galeno, transformassem o esquema em algo tão difuso que, por vezes, os defesas gilistas nem sabiam quem marcar.
Conceição não estava, como é óbvio, à procura de um novo método com a entrada dos cinco jogadores, mas sim em busca de competências e capacidades técnicas capazes de impor as suas ideias de jogo. E, confirme-se, conseguiu-o ainda na metade inicial, primeiro com dois avisos – dois tentos anulados a Toni Martínez pelo VAR, por fora de jogo – e um par de oportunidades claras, falhadas por Otávio e Uribe, e depois com dois golos, um de Taremi e outro de Galeno.
O Gil, apesar da ousadia de procurar sempre resgatar o esférico junto da área de rigor à guarda de Diogo Costa, apenas dispôs de uma boa oportunidade de golo, precisamente anulada por uma grande intervenção do guardião portista, que se opôs a disparo de Bilel. Foi, aliás, o único remate enquadrado dos gilistas no primeiro tempo. Alguma passividade ofensiva a contrastar com maior acerto defensivo – apesar dos golos sofridos – que levou a que Ivo Vieira trocasse quatros jogadores ao intervalo. Porém, as mexidas só surtiram efeito a partir dos 60 minutos, com destaque para dois renates de Pedro Tiba, a pôr a defesa portista em sentido. E aos 75’, Fran Navarro falha o golo na cara - ou melhor, no peito, onde a bola rechaçou de Diogo Costa. Porém, também os dragões, dispuseram de um par de oportunidades.