Bundesliga no verão contra a crise energética
Dirk Zingler, presidente do Union Berlim, sugeriu a adoção do modelo nórdico para travar a escalada de custos provocada pela guerra
Dependência de energia proveniente da Rússia tem suscitado um grande debate no país sobre sustentabilidade e alguns clubes germânicos já meteram mãos à obra para atacar o problema.
DUARTE TORNESI
Determinados a travar a escalada de custos com energia provocada pela invasão russa à Ucrânia, os 18 clubes da Bundesliga têm promovido debates regulares sobre sustentabilidade e várias ideias para aliviar o problema têm vindo à tona. A última delas veio do presidente do Union Berlim, adversário do Braga na Liga Europa.
Em entrevista ao jornal “Berliner Zeitung”, Dirk Zingler propôs que o campeonato alemão passasse a ser disputado nos mesmos moldes dos escandinavos, ou seja, com jogos no verão e defeso nos meses mais rigorosos de inverno. “Vamos ver como vai ser agora com os preços da energia. Mas acho que há uma solução em que devíamos começar a pensar. No futuro podíamos começar a pensar em jogar entre maio e agosto. No inverno precisamos de iluminar os estádios mais cedo e de utilizar o aquecimento do relvado. Se jogássemos no verão até podíamos ficar a ganhar ao nível da venda de cerveja”, atirou o líder do Union Berlim.
A dependência da Alemanha do fornecimento de gás russo torna o país num dos mais vulneráveis aos caprichos do executivo liderado por Vladimir Putin e alguns clubes já meteram mãos à obra para afrouxarem a pressão da corda no pescoço, como é o caso do atual líder da Bundesliga. Aproveitando o facto de ser representante da cidade mais soalheira da Alemanha – mais de 1700 horas de luz solar por ano –, o Friburgo garante estar protegido contra a flutuação de preços da energia devido à tecnologia de ponta ao nível da sustentabilidade que aplicou no seu novo estádio. Inaugurado em outubro de 2021, o Europa Park está munido de 6200 painéis solares que produzem cerca de 2,4 megawatts: o único estádio que rivaliza com esse registo é o do
Galatasaray, capaz de produzir 4,2 megawatts à boleia dos seus 10400 painéis.
De acordo com reportagem realizada pelo canal DW, o decacampeão Bayern de Munique também tem feito a sua parte. O sistema de aquecimento do relvado passou a ser alimentado por energia solar em detrimento de gás, enquantootempodailuminação LEDdoexteriordaAllianzArena foi cortado para cerca de metade. No interior do estádio, o ar condicionado dos camarotes foi programado para funcionar a menos dois graus do que era prática corrente, seja no inverno ou no verão, enquanto a água quente foi cortada das casas de banho e só poder ser ativada mediante o pagamento de uma subscrição.
Segundo a mesma publicação, a Bundesliga está apostada em criar um pacote de sustentabilidade a adotar pelos os 18 clubes que disputam a competição, mas a implementação dessa ideia tem sido adiada porque alguns deles – Frankfurt, Mainz, Colónia, Bremen, Hertha de Berlim e Estugarda – dividem a manutenção dos seus estádios com as respetivas autarquias, algo que obriga a negociações mais amplas.
maio decorreriam entre Mudança: jogos rolaria no inverno não e agosto e a bola