Lesão de Otávio volta a desafiar Conceição
Perder um dos jogadores mais dinâmicos e rotativos da equipa numa altura em que o calendário aperta cada vez mais é um desafio à capacidade de improviso do treinador
Ojogo do FC Porto com o Atlético de Madrid confirmou a infalibilidade da Lei de Murphy: tudo o que podia correr mal correu pessimamente e na pior altura possível. Desde a expulsão de Taremi, num momento em que os dragões mandavam no jogo e ameaçavam a baliza de Oblak, até ao golo de Griezmann, nos descontos dos descontos, a anular o esforço que os portistas fizeram para chegar ao empate mesmo em inferioridade numérica. E como dois males nunca vêm sós, talvez o maior de todos seja mesmo o terceiro: a lesão de Otávio, que o afastará dos relvados durante pelo menos um mês. Ora, se num ano normal um mês é muito tempo, numa época espartilhada pela realização do Mundial no inverno como esta, pode revelarse uma eternidade. Perder um dos elementos mais dinâmicos e rotativos da equipa numa altura em que o calendário aperta, com sete jogos para disputar, incluindo três da Liga dos Campeões e a sempre delicada receção ao Braga no Dragão, representa um novo desafio à capacidade de improvisação de Sérgio Conceição. Por outro lado, há de representar também uma oportunidade para quem tiver a responsabilidade de substituir o motor do meio-campo portista. Os últimos jogos, por exemplo, revelaram Eustáquio como o verdadeiro reforço que a estabilidade da equipa na última temporada não permitiu descobrir mais cedo. No fundo, é como escreve Sun Tzu na Arte da Guerra: as vitórias resultam muitas vezes da capacidade para descobrir oportunidades nos problemas. E, como todos sabemos, Sérgio Conceição tem alguma experiência no assunto.