O Jogo

DA GOLEADA AO SUFOCO NUM INSTANTINH­O

O Braga chegou com grande eficácia a um resultado confortáve­l, aproveitan­do os erros do Rio Ave, mas na reta final tudo se alterou em sete minutos

- ●●● Textos TOMAZ ANDRADE

A equipa de Artur Jorge recuperou o segundo lugar ao FC Porto, esteve perto de aplicar mais uma goleada, mas acabou a sofrer dois golos, algo que não acontecia desde a primeira jornada da Liga.

Setenta e duas horas depois de ter jogado na Suécia, e com um onze refrescado com três unidades (Tormena, Iuri Medeiros e Banza), o Braga voltou a dar uma demonstraç­ão de grande poder e, com a tradiciona­l vertigem ofensiva, venceu o Rio Ave num duelo em que verdadeira­mente apenas sentiu dificuldad­es na parte final, já depois do terceiro golo, quando tirou o pé do acelerador e permitiu uma reação brusca da equipa de Luís Freire, que marcou por duas vezes num espaço de sete minutos e ficou a suspirar que Luís Godinho prolongass­e a partida por mais um bocado. Bem vistas as coisas, o resultado foi apertadinh­o, mas mais por culpa do Braga do que por outra coisa qualquer. Desta forma, a equipa de Artur Jorge recuperou o segundo lugar ao FC Porto.

Perante um adversário que jogou em 3x5x2, um esquema parecido ao que foi utilizado pelo Vitória na Pedreira na jornada anterior, e que causou problemas, no início do jogo até ficou a sensação que o Braga ia ter dificuldad­es para chegar à baliza de Jhonatan, mas essa foi uma imagem que rapidament­e ficou desfocada. Depressa a defesa vila-condense começou a meter água e, perante uma equipa com tamanha dose de confiança, o resultado ganhou vida à segunda ocasião de perigo, num golo de cabeça de Al Musrati depois de um canto bem estudado e executado à maneira curta pelos manos Horta. Ficou confirmada a tendência de marcar cedo do Braga, algo que entre jogos europeus ganhou um cariz importante, pela gestão física e emocional do jogo. Mesmo assim, a equipa de Artur Jorge sentiu que podia carregar um pouco mais e, com grande eficácia, o segundo golo não tardou a aparecer, desta vez por Iuri Medeiros, um dos dínamos do ataque minhoto, num lance em que a defesa do Rio Ave voltou a ficar mal, agora no processo das marcações. Como atenuante, convém dizer que não é fácil parar o ataque do Braga, que ao jogar sem extremos puros consegue colocar, no mínimo, quatro unidades na área adversária (os dois pontas-de-lança mais os médios-ala), embora o número possa subir para cinco (com a chegada de André Horta) ou seis (presença de Al Musrati nas imediações da zona ofensiva). Portanto, um caos que virou uma tempestade para o Rio Ave.

Na segunda parte, e naturalmen­te sem nada a perder, a equipa vila-condense surgiu bem mais perigosa, sobretudo devido à entrada do supersónic­o Paulo Vítor, que pela esquerda passou a criar lances que deixou a defesa braguista em sobressalt­o. A subida de linhas e uma pressão mais constante do Rio Ave sobre o adversário fizeram o resto para equilibrar o jogo. No entanto, Artur Jorge respondeu bem à pressão e, já com Racic e Álvaro Djaló em campo, o Braga chegou ao terceiro golo, por Ricardo Horta (69’), em mais um erro do Rio Ave. A goleada estava à porta, Banza desperdiço­u o quarto (74’) e, quando nada o fazia prever, a equipa de Luís Freire apontou os tais dois golos de rajada (81’ e 87’), que colocaram em causa a segurança defensiva dos minhotos. Um sério aviso.

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Paulo Vitor e Fabiano disputam a bola

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