Relatório de um espião: explorar a profundidade
Gamboa mudou-se este verão para a Bélgica e na quarta jornada da liga local defrontou o próximo rival do FC Porto na Champions. O Brugge tem um ataque rápido, mas fragilidades atrás
Vanaken, que no sábado chegou ao 100.º golo da carreira na liga belga, é a referência e o homem que marca o ritmo. No entanto, o ex-Estoril está convencido de que o Brugge está ao alcance dos dragões.
A vitória frente ao Bayer Leverkusen, na primeira jornada da fase de grupos da
Liga dos Campeões, serve de cartão de visita do próximo adversário do FC Porto na prova. O Brugge tem um leque de jogadores“com muita qualidade individual” e, quem já o defrontou esta época, como João Gamboa, alerta para os perigos que poderão advir da “rapidez dos homens da frente”. “É uma equipa com um futebol ligado, que gosta de trocar a bola. Não é de chutão para a frente, como se diz em Portugal”, explica o “espião” luso contactado por O JOGO para realizar um raio-x aos belgas. A grande referência, diz, é Hans Vanaken, o capitão, que Uribe e Eustáquio não podem perder de vista. “É ele quem marca o ritmo de jogo e quem determina o que a equipa faz no ataque”, aponta o jogador de 26 anos.
Seja como for, o Brugge não é uma equipa perfeita. Embora tenha superado o Leuven por 3-0, podia ter entrado a perder no jogo não tivesse um golo dos locais sido anulado por… um centímetro. “O segredo passa por explorar a profundidade, porque, muitas vezes, os centrais têm como referência o homem, sobem bastante e deixam espaço nas costas. Por acaso, contra nós, o guarda-redes [Mignolet] esteve muito bem a controlar a profundidade, mas chegámos a fazer um golo”, refere o exEstoril. Assim, não tem dúvidas de que é “uma equipa ao alcance do FC Porto”. “Principalmente se estiver ao mesmo nível que esteve em Madrid”, acrescenta o médio, que acompanhou “todos os jogos das equipas portuguesas” na primeira jornada da liga milionária. A finalizar o relatório, o concelho da praxe. “O FC Porto tem manter a sua identidade e explorar a profundidade, realizando movimentos contrários na frente que abram espaço para o aparecimento de outros homens nas costas da defesa”, conclui.
“O FC Porto tem de manter a sua identidade e explorar a profundidade, realizando movimentos contrários na frente que abram espaço para o aparecimento de outros homens nas costas da defesa”
João Gamboa
Médio do Leuven