O Jogo

VALONGO COM LUGAR NA HISTÓRIA EUROPEIA

HÓQUEI EM PATINS Vitória na final da Taça Continenta­l, em Itália e frente ao Trissino, vingou a Liga Europeia perdida nos penáltis

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CARLOS FLÓRIDO

“Queremos trazer o caneco ●●● para os nossos adeptos, que muito o merecem”, tinha dito Edo Bosch antes da partida para Follonica, Itália, onde ontem o treinador cumpriu o seu desejo: a Taça Continenta­l, primeiro troféu europeu de uma das mais famosas escolas nacionais de hóquei em patins, será exibida hoje em Valongo, depois de a equipa orientada pelo espanhol ter batido o Trissino na final, por 2-1.

O troféu, que equivale à supertaça europeia, tinha sido ganho pelo Sporting nas duas últimas edições e no seu historial estavam também Benfica, FC Porto, Barcelos e Oliveirens­e. No palmarés das competiçõe­s europeias, Portugal tinha apenas mais dois clubes, Paço de Arcos e Sesimbra, como vencedores da Taça WSE, pelo que o Valongo – um dos seis campeões nacionais que continuam na I Divisão – era uma ausência notada na lista, na qual entrou após uma época atípica: foi a ausência dos maiores clubes que levou os valonguens­es à Liga Europeia de 2021/22, atingindo uma final que só perderam

para o Trissino nas grandes penalidade­s.

Tendo nova oportunida­de para entrar na história, o Valongo foi valente na meia-final frente ao espanhol Calafell, virando para 3-2 um jogo em que esteve a perder 0-2, sendo o filme da final, que começou com meia hora de atraso para se limpar a pista do Follonica, totalmente diferente. Rafael Bessa marcou de penálti logo ao sétimo minuto e Diogo Abreu, com um tiro do meio da rua, ampliou para 2-0 aos 22 minutos de jogo.

“Trabalhámo­s muito desde agosto”, lembrara Bosch, explicando uma exibição imaculada até ao intervalo. O Trissino, dominado em todos os aspetos do jogo, podia ter sofrido mais golos, enquanto os seus ataques esbarravam em Xano Edo, a figura das finais. No segundo tempo, o português

João Pinto ainda reduziu para os italianos, que aumentaram a pressão nos últimos 14 minutos, mas sem resultados práticos. Este Valongo defende muito bem, e de forma limpa, tendo evitado penáltis e sofrendo apenas o livre direto da décima falta, com Edo a travar o remate do ex-portista

Giulio Cocco. “Fizeram um grande jogo em todos os capítulos”, elogiou Alessandro Bertolucci, técnico do Trissino. Nos últimos minutos, o coração dos jovens de Bosch – média de 22,8 anos – ainda bateu mais forte, mas por outro e mais belo motivo: sabiam que iam entrar na história!

“Além da nossa qualidade defensiva, pusemos o coração neste jogo. Sofremos muito, não queríamos que este título nos fugisse, como a Liga Europeia”

“É um prémio para estes rapazes, que trabalham todos os dias como se fosse o último” Edo Bosch Treinador do Valongo

 ?? ?? Valongo na segunda maior festa da sua história: depois do título nacional em 2014, ganhou a supertaça europeia
Valongo na segunda maior festa da sua história: depois do título nacional em 2014, ganhou a supertaça europeia

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