O Jogo

O desafio do século para o Vitória

- Jorge Maia jorge.maia@ojogo.pt

Recuperar e consolidar o lugar que lhe está reservado entre a elite do futebol português vai exigir ao Vitória determinaç­ão, mas também paciência, especialme­nte dos adeptos.

AGala com que o Vitória celebrou 100 anos de existência demonstra a vitalidade e a dimensão social extraordin­ária de um clube referência no panorama desportivo português, mas não esconde as dificuldad­es que a atual Direção enfrenta e que o presidente António Miguel Cardoso não omite quando assume que a prioridade, neste momento, é a consolidaç­ão das contas. De resto, o corte significat­ivo no orçamento da SAD, as vendas de ativos no mercado de verão e a abordagem conservado­ra à contrataçã­o de reforços são sinais disso mesmo. Basicament­e, e para colocar o problema de uma forma menos formal, o Vitória está a dar um passo atrás para poder dar dois em frente mais adiante sem perder o equilíbrio. Neste contexto, o grande desafio para António Miguel Cardoso será gerir aquele que é o principal património do clube: a sua vasta e fervorosa massa adepta. Um projeto a médio prazo, como aquele que a atual direção traçou, bate de frente com a urgência de ganhar dos vitorianos, acentuada pelo desconfort­o provocado pelo sucesso do vizinho Braga. Claro que, se olhassem com atenção para o rival, talvez os adeptos do Vitória percebesse­m na estabilida­de de que António Salvador usufruiu desde que chegou à presidênci­a em 2004 um dos segredos para o êxito atual. O Vitória tem o potencial para não só dar a volta à complicada situação financeira que atravessa, mas também para reclamar definitiva­mente o lugar que lhe está reservado entre a elite do futebol português. Talvez tudo o que precise é que os adeptos não deixem que enorme paixão que sentem pelo clube lhes tolde a razão.

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