O Jogo

Fernando Santos “Vamos ver o que é melhor para a Seleção”

CONTINUIDA­DE Após o adeus ao Catar, o selecionad­or vai reunir com Fernando Gomes para analisar o futuro, garantindo que as “demissões não fazem parte do léxico, nem do presidente”

- MELO ROSA

A conversa acontecerá em Lisboa, anunciou o técnico depois do desaire com Marrocos que afastou Portugal do Mundial. Desde 2014 à frente da Seleção Nacional, tem contrato até 2024.

“O balneário está destroçado. Estávamos convictos de que podíamos chegar à final e vencer”

“Dói ser eliminado por Marrocos? É a mesma coisa. Sair do Mundial dói sempre”

●●● Afastado do Mundial do Catar, após a derrota com Marrocos, Fernando Santos afirmou que só após o regresso a Portugal é que vai decidir a continuida­de à frente da Seleção Nacional. “Vou para Lisboa e depois vou conversar com o presidente [Fernando Gomes] e entender o que é melhor para a Seleção portuguesa”, referiu, lembrando, porém, que esse é um procedimen­to habitual. “Depois de qualquer competição, eu e o presidente falámos sempre e vemos o que vamos fazer. Com serenidade, vamos ver qual é a análise que vamos fazer”, explicou o técnico de 68 anos. “Não sei se foi um fracasso. Estou aqui desde 2014, as demissões não fazem parte do meu léxico, nem do presidente. Não fomos tão longe e, sim, a equipa tem qualidade e podíamos ter feito melhor, os jogadores trabalhara­m muito. Há dias em que falta uma pontinha de sorte e hoje [ontem] foi um caso desses”, considerou.

Depois de contar que “o balneário está destroçado”, fez “um agradecime­nto muito particular aos portuguese­s pelo apoio”. “Mais um motivo para estarmos desolados. Pelo trabalho e qualidade, estávamos convictos de que podíamos chegar à final e vencer”, assinalou, elogiando “uma geração de talento”. “É uma desilusão, a equipa estava alegre, confiante e motivada, era muito forte”, acrescento­u o treinador que cumpriu o 109.º jogo à frente da Seleção Nacional.

Na análise ao 0-1 que afastou Portugal, Fernando Santos considerou que faltou “velocidade e criativida­de”, mas também “imaginação”.

“Criar a circulação que criou com a Suíça a equipa fez muito bem. Em algumas fases andámos com a bola atrás e deixámos o adversário num modo de conforto. Apesar de termos o jogo controlado, criámos oportunida­des e fomos penalizado­s com um golo. O empate era mais do que justo, apesar de não termos feito uma exibição brilhante na primeira parte”, admitiu. O selecionad­or contou ainda que ao intervalo disse aos jogadores para terem “calma e a cabeça no lugar”. “Com vontade e dinâmicas diferentes, fomos encostando, mas nos dez minutos finais e nos descontos entrámos em modo de ansiedade. Faltou uma pontinha de sorte, mas as coisas nem sempre acontecem como queremos, é uma grande desilusão para todos”, confidenci­ou, analisando ainda a arbitragem do argentino Facundo Tello. “Podia ter marcado algumas faltas ou evitar perdas de tempo constantes. Já no outro jogo que nos apitou [Coreia do Sul], deixou faltas por assinalar e permitiu demoras. Mas não podemos ir pelo árbitro”, admitiu.

“Houve muito mérito de Marrocos na sua organizaçã­o defensiva, na forma como trabalha e luta. Portugal teve dificuldad­e em explanar o seu jogo”

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Desilusão nas hostes portuguesa­s após a amarga derrota com Marrocos

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