LÁGRIMAS POR DEIXAR FUGIR O TROFÉU AMADO
Na tarde em que igualou Al-Mutawa como o mais internacional de sempre, Ronaldo, de 37 anos, chorou convulsivamente, por perceber que vai deixar o futebol sem vencer o Mundial
Com o futuro a nível de clubes ainda por resolver, o avançado saiu do banco para tentar dar o empate a Portugal, mas não conseguiu fazer mossa frente a Bono. Georgina já veio defendê-lo.
●●● Foi a chorar convulsivamente, sem conseguir controlar-se, que Cristiano Ronaldo atravessou o túnel que liga o relvado aos balneários do Estádio Al-Thumama. No campo, os marroquinos faziam a festa que deve obrigar o capitão terminar a carreira sem o mais apetecido troféu coletivo. No próximo Mundial, em 2026, nos Estados Unidos, México e Canadá, Ronaldo terá 41 anos e será muto difícil que continue a jogar pelas Quinas até lá. Isto depois de já ter dito numa cerimónia da FPF que os portugueses “ainda vão levar com mais um bocadinho de carga do Cris”, até ao Europeu de 2024. Aliás, até a FIFA assinalou esta derrota com um “obrigado” nas redes sociais, a acompanhar imagens dos cinco Mundiais em que CR7 participou, desde 2010. Pertence-lhe até, a esse propósito, um dos recordes da prova, ao ser o único a marcar golos em cinco edições, mais uma do que Messi, que esteve na de 2010, mas não marcou.
Por ultrapassar fica o recorde de maior número de golos de um português nos Mundiais, que continua a pertencer a Eusébio, com nove [todos em 1966], contra os oito de Cristiano. Ontem, apesar disso, o camisola sete até alcançou mais um registo para a história do futebol, ao igualar a marca de 196 internacionalizações deBa der Al-Mutawa, do Kuwait.
Depois das lágrimas de frustração,Ronal do saiu em silênciodo estádio, nem sequer passo una zona mista, e foi a sua companheira, Georgina Rodríguez, a usar as redes sociais para deixar uma mensagem de apoio ao jogador e, ao mesmo tempo, de crítica a Fernando Santos. “Hoje o teu amigo e treinador decidiu mal. Esse amigo para o qual tens tantas palavras de admiração e respeito. O mesmo que, ao colocar-te em campo, viu como tudo mudou, mas era tarde. Não se pode subestimar o melhor jogador do Mundo, a sua arma mais poderosa. Muito menos se deve dar a cara por quem não o merece. A vida dá-nos lições”, escreveu. Palavras que deixam entender que esta “novela” está longe de terminar.