O Jogo

“CLUBE QUER OUTRO PAT AMAR”

S. JOÃO DE VER Alexandre Ribeiro substituiu Henrique Nunes e, apesar de a estreia não ter sido positiva, há espaço para crescer

- ANDRÉ BASTOS

O treinador esteve para continuar no Anadia, mas uma proposta do Sagrada Esperança fê-lo ir para Angola. Saiu fruto de divergênci­as e rapidament­e apareceu o S. João de Ver, um clube que admira.

Aos 43 anos, Alexandre Ribeiro voltou a Portugal, mais concretame­nte ao S. João de Ver, após uma curta passagem pelo Sagrada Esperança (Angola), onde desportiva­mente a época até estava a correr bem, com a equipa sem perder há sete jogos e a dois pontos dos lugares de acesso à Liga dos Campeões Africana, mas divergênci­as com a Direção levaram-no à saída. Não esteve sequer 72 horas desemprega­do e ingressou num clube, que já admirava pelo cresciment­o nos últimos anos.

O que o levou a aceitar o projeto do S. João de Ver?

—O que nos levou a aceitar este projeto foi a forma como o clube nos abordou e apresentar­am o que queriam. Têm tido um cresciment­o sustentado, da parte da Direção houve uma grande vontade de nos ter e percebemos que dentro do plantel existe qualidade.

O que conhecia da equipa, já tinha trabalhado com algum jogador?

—Conhecia os jogadores todos, pois faz parte do nosso trabalho. Como treinador temos de conhecer o mercado e estar atentos. São jogadores com algum percurso já feito, quer na II Liga, Liga 3 e Campeonato de Portugal. Já tinha trabalhado com o Tamble, que foi meu avançado no Anadia. O que nos tem dado alguma satisfação é conhecer os homens por detrás dos jogadores, a forma como trabalham, como encaram o exercício e o treino. Temos sentido um grupo com muita vontade de trabalhar e isso dá confiança para o futuro.

Em termos de objetivos, o que lhe foi pedido?

—O clube quer ganhar, quer atingir patamares elevados. Nesta fase em que entrámos, temos de nos focar muito naquilo que controlámo­s, que é a nossa semana de trabalho, tentando ser competitiv­os, de maneira a conquistar­mos pontos. No final iremos ver a classifica­ção. É claro que se pudéssemos chegar aos quatro primeiros seria o ideal, mas temos é de trabalhar muito, pensar jogo a jogo, pois esta Liga 3 é de tal forma competitiv­a e equilibrad­a que duas vitórias catapultam-nos para o topo da tabela e dois jogos sem ganhar lançam-nos cá para baixo.

Vê este grupo com capacidade para dar alegrias aos adeptos ou é preciso ir ao mercado?

—Estamos muito concentrad­os em trabalhar com os atletas que temos e eles têmnos dado boas indicações. O jogador joga para si, para a equipa, para o clube e para os adeptos e queremos que eles se revejam em nós. O clube tem o slogan do ADN malapeiro e queremos sentir isso, perceber esse ADN para o poder transmitir e representa­r. Temos essa vontade de jogar bem para que as pessoas de S. João de Ver sintam orgulho. Qualquer clube na Liga 3 tem de estar atento ao mercado e vamos ver se ele nos oferece alguma oportunida­de boa.

Que sinais lhe transmitiu a equipa na estreia, em que perdeu frente ao Braga B?

—Fomos manifestam­ente infelizes. Criámos oportunida­des para fazer dois ou três golos e depois o Braga B consegue ir à nossa baliza uma vez na segunda parte e faz o seu golo. Como equipa técnica temos de analisar o jogo e perceber o que ele nos deu. Deu-nos uma atitude muito forte do grupo de trabalho, com 90 minutos dos atletas a tentarem fazer golo e a cumprir com o plano de jogo.

O Henrique Nunes esteve quatro jogos sem vencer e foi despedido. O que é preciso fazer de diferente?

—Quando uma equipa técnica entra, o mais importante é o que está para a frente e não o que está para trás, até porque as coisas serão diferentes. Não há comunicaçã­o igual, nem ideias iguais. Os resultados não estavam a ser os melhores, mas com respeito pelo trabalho feito pelo Henrique, não vamos destruir tudo, mas queremos traçar o nosso caminho e tentar ganhar jogos.

Era para continuar no Anadia e foi para Angola... Porque saiu a meio?

“O clube tem o slogan do ADN malapeiro e queremos sentir isso, perceber esse sentimento para o poder transmitir e representa­r”

“Quando uma equipa técnica entra, o mais importante é o que está para a frente e não o que está para trás, até porque ascoisas serão diferentes”

Alexandre Ribeiro Treinador do S. João de Ver

—Antes de começar a préépoca, apareceu-nos esta proposta do Sagrada Esperança, era um projeto em que não íamos só treinar a equipa sénior, íamos estruturar o futebol de formação e dar um cunho pessoal no clube. Desportiva­mente estava a correr bem, já não perdíamos há sete jogos, nos últimos cinco tínhamos sido a equipa com mais pontos e estávamos a dois dos lugares de acesso à Liga dos Campeões Africana, só que nem sempre os resultados são o único motivo pelo qual os treinadore­s se mantêm. Começaram a haver divergênci­as e decidimos caminhos diferentes.

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 ?? ?? DO PLANTEL, ALEXANDRE RIBEIRO CONHECIA TODOS, MAS APENAS TAMBLE TINHA TRABALHADO COM ELE NO ANADIA
DO PLANTEL, ALEXANDRE RIBEIRO CONHECIA TODOS, MAS APENAS TAMBLE TINHA TRABALHADO COM ELE NO ANADIA

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