Mbappé na última dança de Messi
Tão importante como a final, o adeus de Messi aos Mundiais será também uma passagem de testemunho, já que Mbappé promete ser a maior estrela do futebol nos próximos anos.
Marrocos continuará a passear a bandeira de África pelo Catar, já de olho no quase sempre entediante jogo dos vencidos com a Croácia, que decorrerá no sábado, desta vez acompanhada pelo título de sensação deste Campeonato do Mundo. Num intenso duelo com a França, os marroquinos provaram ser possível, sem grandes estrelas, ter um conjunto capaz de competir com os melhores. A equipa de Walid Regragui, depois de sofrer um golo cedo, preencheu o meio-campo adversário e manteve em sobressalto a campeã mundial. O empate não aconteceu. A sorte nada quis com Marrocos, e é nestas pequenas coisas que se fazem as grandes diferenças. No passado sábado, Bruno Fernandes podia ter feito a igualdade para Portugal num extraordinário remate à barra, mas a sorte protegeu os africanos. Ontem, naquele que seria o melhor golo do Mundial, um pontapé de bicicleta encontrou o poste da baliza francesa. Besuntados em fortuna num dia, diante de Portugal, os marroquinos encontraram o azar no embate histórico com os franceses. Há dimensões importantes do jogo impossíveis de controlar. A sorte e o azar são bons exemplos.
Com o adeus marroquino, escreveu-se a parelha que disputará a final mais desejada, assim que foram conhecidos os protagonistas das meias-finais. A Argentina de Messi encontrará a França de Mbappé. Será, no último Mundial do argentino, uma espécie de passagem de testemunho entre as duas maiores figuras do futebol mundial. De um lado, a magia de Messi transportará o sonho maior de um país inteiro; do outro, a explosividade de Mbappé comandará a esperança de uma França fragmentada, onde boa parte da população, de origem africana, não ficará nada aborrecida se os rapazes de Deschamps saírem derrotados, após a desfeita a Marrocos.