Mercado em ebulição com danos à vista

Correndo o risco de me tornar repetitivo, é difícil fugir ao tema deste mercado de inverno escaldante. Com uma boa ajuda do Campeonato do Mundo, estamos perante o clima perfeito para os grandes agentes se movimentarem, há transferências importantes em marcha e as mudanças vão mexer com as ligas internas, abalando a estabilidade dos plantéis dos clubes com menor poder de compra e fortalecendo os mais endinheirados. Na liga inglesa, onde se aconchegam as fortunas dos senhores do petróleo, a atividade é intensa, colocando-se no horizonte, por exemplo, mais um negócio recorde com João Félix, que deixará, como se pode ver nesta página, o Atlético de Madrid.

O Reino Unido também se prepara para acolher Enzo Fernández, o argentino que teve impacto profundo no jogo do Benfica e também da seleção campeã do Mundo. A questão mais interessante está em perceber se Rui Costa consegue segurar o jogador. A saída, essa, é inevitável, possivelmente pela cláusula de rescisão, fixada em 120 milhões de euros.

O dinheiro, advoga o povo, nem sempre é sinónimo de felicidade. No caso dos mais apaixonados benfiquistas, a máxima faz ainda mais sentido. Depois de transferir João Félix por 120 milhões, as águias, então campeãs nacionais, não voltaram a meter as garras num título. Claro que a liderança mudou. O momento emerge, portanto, como uma boa oportunidade para Rui Costa mostrar que sabe fazer diferente. Veremos se terá capacidade para seduzir Enzo no sentido de permanecer até ao fim da época e, depois,

de dar melhor uso aos milhões.