ÁGUIA ACELERA PARA O GOLO
Após a derrota em Braga a equipa de Schmidt está a marcar mais e a resolver mais depressa nos primeiros 15 minutos
Bis: encarnados bateram o Paços de Ferreira com dois golos, marcados aos 7’ e aos 11’
MUDANÇA
Até ao fim do ano civil, os encarnados apenas marcaram um por cento dos golos no quarto de hora inicial e agora o registo está nos... 50 por cento. Os rivais apresentam números muito inferiores.
VÍTOR RODRIGUES
O rendimento goleador ●●● do Benfica sofreu um impulso recente, coincidindo com o choque da primeira derrota da época, na visita a Braga, no penúltimo dia de 2022. De facto, depois da derrota por 3-0, os últimos jogos têm mostrado uma equipa de Roger Schmidt muito mais virada para o ataque e logo desde o apito inicial, com correspondência em golos madrugadores e gestão, com vitória, a partir daí.
Nas últimas duas jornadas, nas deslocações a Paços de Ferreira (7’ e 11’) e ao recinto do Santa Clara (9’), as águias apontaram três golos nos primeiros 15 minutos (e outro aos... 16’ nos Açores), como haviam feito também com Varzim (4’) e Portimonense (8’). A exceção a esta regra ocorreu apenas no dérbi com o Sporting, nesta sequência de jogos após o desaire diante dos bracarenses. Abrindo a fronteira entre o início da época e até ao primeiro desaire, as águias entraram a marcar com Arouca, Dínamo Kiev, Rio Ave, Chaves, Gil Vicente e Estrela da Amadora.
Puxando da calculadora, o Benfica marcou neste período uma dezena de golos, tendo metade deles sido festejados nos primeiros 15 minutos das partidas. No balanço desde o início da temporada, o bolo de tentos era de 73, dos quais apenas sete foram obtidos nesse período inicial. Olhando à percentagem, a formação de Roger Schmidt passou de uma média de um por cento para... 50%, valor que deixa os rivais a uma distância colossal. O FC Porto, também no pós-Braga das águias, tem três golos em 17 no primeiro quarto de hora (1,8%) e o Sporting marcou um em nove (11,1%).
De facto, a nível interno, a derrota em Braga, pelos números averbados e qualidade exibicional muito baixa, teve grande influência na forma como a equipa, por indicação de Roger Schmidt, passou a encarar os jogos. A estratégia do técnico alemão mantevese, os protagonistas no onze têm sido, em grande parte, os mesmos, nada mudou na saída de bola da defesa para o ataque, a estratégia para ocupação de espaços e exploração entre linhas ofensivas foi adaptado aos adversários, como já era anteriormente. Porém, Schmidt fez soar o alarme, fez ver aos jogadores a importância de marcar cedo a adversários que, com o passar dos minutos, se fechariam cada vez mais.
“Foi muito importante começarmos bem, sermos acutilantes e a jogar para a frente. Marcámos cedo e isso ajuda sempre”, analisou Roger Schmidt após o triunfo arrancado na última jornada da
Desde o arranque da época, o Benfica marcou nos primeiros 15 minutos em dez jogos, e venceu... todos. Desse total, marcou cedo e ganhou quatro dos cinco jogos disputados
Liga, em Paços de Ferreira, justificando de certa forma esta maior tendência para procurar depressa o primeiro golo, que, se conseguido e na perspetiva do treinador, condiciona muito a estratégia dos adversários. Desde o início da época, o Benfica marcou nos primeiros 15 minutos em dez jogos e... venceuos todos.