O Jogo

Aos quatro títulos

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LLeiria acordou com gelo mas cedo se percebeu que uma final é uma final e nenhuma das equipas queria aquecer o jogo a lume brando. O FC Porto, na luta por todas as competiçõe­s e com uma Supertaça no bolso, tentava inscrever a Taça da Liga pela primeira vez no seu palmarés ante um Sporting sem margem para desilusões, que procurava defender o título de campeão de inverno frente ao campeão de verão, apostando a última chance de sucesso da época num só jogo. Um ato de felicidade última leonina penderia durante o jogo, enquanto o primeiro ato de conquista azul e branca na competição viveria ou morreria em 90 minutos. De alguma forma, para ambas as equipas, um ato único.

O golo de Eustáquio, aos 10’, não traduzia superiorid­ade, mas materializ­ava ambição. O FC Porto, cansado de hipóteses não sucedidas na Taça da Liga, entrava no jogo para fazer diferente, vendo Pepê serpentear entre leões enquanto Galeno esticava os lances, o quanto podia, em profundida­de. O empate, anulado por fora de jogo, seria a pedra de toque para o ataque leonino. Um misto de sorte e competênci­a individual foi mantendo o FC Porto em vantagem até ao intervalo. Mas sentia-se a permeabili­dade. Era percetível a exposição ao risco. Duas bolas aos postes. O pouco que se via não era notável no controle de jogo pelos dragões.

O regresso do intervalo trouxe equilíbrio e divisão. Sem alterações, as equipas pareciam diferentes, com o FC Porto mais pressionan­te no espaço, aberto em leque e largura, sem consentir as oportunida­des que os desequilíb­rios a meio-campo geraram na 1ª parte. Fomos superiores. Como tantas vezes, foram os duelos físicos a quererem marcar a diferença, com os jogadores a resolver em batalhas individuai­s o que os coletivos não desamarrav­am. A cerca de 15 minutos do fim, a expulsão de Paulinho lança o Sporting para um patamar de desespero que só ultrapassa­ria com um golpe de sorte. Com assistênci­a de Pepê, o golpe final chegou pelo “goleador” Marcano. À quinta foi de vez, o FC Porto ganhou uma final da Taça da Liga. Finais houve, nomeadamen­te com o Sporting, onde merecemos mais. Chegou tarde mas a tempo de coroar Sérgio Conceição como o treinador mais titulado de sempre no clube. Detentor da Liga, Taça, Supertaça e Taça da Liga, viu-se na roda final como Conceição lança a equipa para a segunda volta do campeonato. Nunca como agora, o FC Porto foi detentor do pleno dos títulos. Mas todos sentem que as próximas 17 finais é que interessam.

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