O Jogo

DRAGÃO PÔS FIM AO SARILHO EM CINCO MINUTOS

INCISIVO Após primeira parte parca em ideias e rica em cartões, incluindo quatro vermelhos, o FC Porto entrou a todo o gás na segunda, detonando o ímpeto do Marítimo

- Textos FRANCISCO SEBE

Foi já com as duas equipas reduzidas a dez elementos que o duelo dos Barreiros teve os melhores momentos. Anfitriões jogaram de “faca nos dentes”, mas o intervalo limpou a cabeça dos dragões.

A tradição diz que jogar ●●● em casa do Marítimo não é tarefa fácil para o FC Porto, mas, ontem, quando esse cenário começava a ganhar forma, o campeão nacional tratou de resolver o assunto com duas estocadas certeiras no espaço de seis minutos, aos 50’ e 55’, cortesia de Wendell e Galeno. Resultado final: um 2-0 que repôs os oito pontos de diferença para o líder Benfica (tem mais um jogo disputado), fruto de uma notável demonstraç­ão de frieza dos dragões após o intervalo, no seguimento de um primeiro tempo que terminou com o caldo entornado. Fábio Veríssimo pecou no critério disciplina­r, não conseguiu arrefecer os ânimos – foram 26 faltas só na primeira parte – e expulsou Bernardo Folha e Pablo Moreno... dentro de campo. Fora dele, Sérgio Conceição e Vítor Bruno também viram vermelho.

A baixa de Eustáquio (ver caixa) obrigou o treinador portista a mexer no onze da final da Taça da Liga. Bernardo fez dupla com Uribe no meio-campo, que viu a estreia a titular na equipa principal terminar de forma prematura. O médio da formação não foi o único a ter noite infeliz. Taremi sente falta de um verdadeiro parceiro de ataque e não teve a influência habitual, acabando mesmo por não voltar para a etapa complement­ar. Por aí, mas não só, se justifica a dificuldad­e denotada pelo FC Porto na hora de se acercar com perigo da área maritimist­a. Do lado anfitrião, as fichas foram todas colocadas numa postura aguerrida (quiçá até demais...) e na exploração dos flancos portistas, em particular o esquerdo, no qual Wendell foi deixando Winck à vontade para subir e cruzar. Diogo Costa foi posto à prova num par de ocasiões e, aos 38’, começou o desnorte mútuo: Folha foi para o balneário mais cedo, mas Pablo, que já tinha testado os limites da lei anteriorme­nte, equilibrou as contas.

Vai daí que a clarividên­cia azul e branca no arranque da segunda parte mereça ser enaltecida. Já com o regressado Evanilson em campo – bela entrada em jogo – e a ala direita a carburar, os dragões apresentar­am-se mais criterioso­s. Wendell tratou de limpar a imagem deixada nos primeiros 45’ com um grande remate, a concluir o desenho ofensiva arquitetad­o por Pepê, João Mário e “Eva”. O primeiro deste trio voltaria a ter papel decisivo no 0-2, ao fazer a assistênci­a de Galeno (14.º golo da época), em novo momento de definição impecável. Quanto ao Marítimo, ficou a ideia de que a tripla alteração promovida por José Gomes ao intervalo não ajudou em nada a equipa. Após o pico de voltagem, o ritmo voltou a quebrar e, entre substituiç­ões de parte a parte, a saída de Otávio, por lesão, e a perda de crença insular, o FC Porto conseguiu gerir a vantagem sem sobressalt­os de maior.

O caso bicudo ficou, portanto, resolvido e o fantasma das saídas não assustou, desta feita, o campeão, que somou o 18.º encontro consecutiv­o sem perder e terminou a noite com outra boa notícia: a recuperaçã­o do segundo lugar, face à derrota do Braga em Alvalade.

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Otávio foi substituíd­o com mazelas musculares
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