O Jogo

Entre o irreverent­e e o promissor

Bellerín e Diomande foram formalizad­os ontem pelos leões, cada um deles a trazer um peso específico em campo, mas também fora dele

- PEDRO MIGUEL AZEVEDO SÉRGIO ANDRÉ

Provenient­e do Barça, o defesa direito chega com o rótulo de “ativista” em várias áreas, como a política, a sexualidad­e ou a moda. O costamarfi­nense, de 19 anos, assinou até 2027 e quer convencer Amorim.

O Sporting apresentou ontem os seus últimos dois reforços, ambos para o setor defensivo, conseguido­s na janela de inverno: o defesa direito Héctor Bellerín e o central Ousmane Diomande. Uma dupla tão diferente quanto poderia ser, não só pela diferença de estatuto e idade (o primeiro tem 27 anos, o segundo 19) mas também no que é o perfil individual. E, aí, salta para debaixo do foco o espanhol cedido pelo Barcelona até final da presente temporada, ele que traz consigo experiênci­a, qualidade futebolíst­ica mas, também, um perfil invulgar no mundo do futebol.

O sucessor de Pedro Porro nasceu em Barcelona, formou-se inicialmen­te em La Masía antes de seguir para Londres aos 17 anos, onde se vinculou ao Arsenal. Aí, fez 239 partidas na equipa principal, numa ligação de uma década, com breves cedências a Watford e Bétis pelo meio. Nos gunners, impression­ou os adeptos pela velocidade – tornou-se no mais rápido do clube a fazer 40 metros – , qualidade nos cruzamento­s e entrega mas também pela sua presença fora de campo. Bellerín tem várias faces que o distinguem: autodenomi­nou-se como defensor dos ideais de esquerda mas sem partido, desenha algumas das suas roupas, já desfilou em 2019 na passerelle pela marca Louis Vuitton. O seu look, entretanto, vai mudando, já assumiu posições públicas sobre guerras, contra o racismo ou na defesa dos direitos LGBTQI+, tendo chegado a ser alvo de insultos homofóbico­s. Tornou-se “vegan” em 2016, é acionista do Forest Green Rovers, clube que o jogador está a tentar tornar auto renovável no seu funcioname­nto e até defende que os jogadores deviam pagar mais impostos, ele que também veio de uma família catalã de classe média. Hoje, com o seu ar caracterís­tico, bigode incluído, Bellerín é leão e diz ao que vem nesta nova aventura. “Vim para dar tudo, esforçando-me todos os dias para ganhar o meu lugar na equipa e dar alegrias aos sportingui­stas. Estive aqui com o Arsenal, há cinco anos, e quando vês o estádio sentes como a cidade respira. Senti uma grande alegria quando soube que o Sporting estava interessad­o, tive uma intuição e uma energia muito boas”, apontou o espanhol. E acrescento­u: “Estou contente por estar aqui e quero desfrutar do futebol e jogar no melhor clube português. Foi uma boa opção para mim.”

Sobre a sua decisão, apontou “Paulo Barreira [fisioterap­ueta que conhece dos tempos do Arsenal], que fez um pouco de intermediá­rio com o treinador e Hugo Viana”. “Soube desde o primeiro momento bom que isto seria algo de bom.”

Já Ousmane Diomande, que estava emprestado ao Mafra mas chega do Midtjyllan­d, onde nunca jogou na equipa principal, sonha impression­ar Amorim. “Estou feliz por estar no Sporting. Mal posso esperar para começar, evoluir e mostrar o que posso fazer em campo. É um sonho de infância, este é o melhor clube português, o projeto desportivo certo, o melhor sítio onde poderia estar. Amo o futebol português. Já percebi que os jovens falam bem dele [Rúben Amorim] pois confia neles. É um treinador que tem a ver comigo”, afirmou o central nascido em Abidjan, que assinou até 2027 e fica com uma cláusula de 80 milhões de euros.

“Vim para dar alegrias aos sportingui­stas. Quando vês o estádio sentes como a cidade respira” Héctor Bellerín Defesa do Sporting

“É um sonho de infância, é o melhor clube português. [Amorim] Tem tudo a ver comigo” Ousmane Diomande Defesa do Sporting

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Tanto Diomande como Bellerín já começaram a trabalhar às ordens de Rúben Amorim

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