Entre o irreverente e o promissor
Bellerín e Diomande foram formalizados ontem pelos leões, cada um deles a trazer um peso específico em campo, mas também fora dele
Proveniente do Barça, o defesa direito chega com o rótulo de “ativista” em várias áreas, como a política, a sexualidade ou a moda. O costamarfinense, de 19 anos, assinou até 2027 e quer convencer Amorim.
O Sporting apresentou ontem os seus últimos dois reforços, ambos para o setor defensivo, conseguidos na janela de inverno: o defesa direito Héctor Bellerín e o central Ousmane Diomande. Uma dupla tão diferente quanto poderia ser, não só pela diferença de estatuto e idade (o primeiro tem 27 anos, o segundo 19) mas também no que é o perfil individual. E, aí, salta para debaixo do foco o espanhol cedido pelo Barcelona até final da presente temporada, ele que traz consigo experiência, qualidade futebolística mas, também, um perfil invulgar no mundo do futebol.
O sucessor de Pedro Porro nasceu em Barcelona, formou-se inicialmente em La Masía antes de seguir para Londres aos 17 anos, onde se vinculou ao Arsenal. Aí, fez 239 partidas na equipa principal, numa ligação de uma década, com breves cedências a Watford e Bétis pelo meio. Nos gunners, impressionou os adeptos pela velocidade – tornou-se no mais rápido do clube a fazer 40 metros – , qualidade nos cruzamentos e entrega mas também pela sua presença fora de campo. Bellerín tem várias faces que o distinguem: autodenominou-se como defensor dos ideais de esquerda mas sem partido, desenha algumas das suas roupas, já desfilou em 2019 na passerelle pela marca Louis Vuitton. O seu look, entretanto, vai mudando, já assumiu posições públicas sobre guerras, contra o racismo ou na defesa dos direitos LGBTQI+, tendo chegado a ser alvo de insultos homofóbicos. Tornou-se “vegan” em 2016, é acionista do Forest Green Rovers, clube que o jogador está a tentar tornar auto renovável no seu funcionamento e até defende que os jogadores deviam pagar mais impostos, ele que também veio de uma família catalã de classe média. Hoje, com o seu ar característico, bigode incluído, Bellerín é leão e diz ao que vem nesta nova aventura. “Vim para dar tudo, esforçando-me todos os dias para ganhar o meu lugar na equipa e dar alegrias aos sportinguistas. Estive aqui com o Arsenal, há cinco anos, e quando vês o estádio sentes como a cidade respira. Senti uma grande alegria quando soube que o Sporting estava interessado, tive uma intuição e uma energia muito boas”, apontou o espanhol. E acrescentou: “Estou contente por estar aqui e quero desfrutar do futebol e jogar no melhor clube português. Foi uma boa opção para mim.”
Sobre a sua decisão, apontou “Paulo Barreira [fisioterapueta que conhece dos tempos do Arsenal], que fez um pouco de intermediário com o treinador e Hugo Viana”. “Soube desde o primeiro momento bom que isto seria algo de bom.”
Já Ousmane Diomande, que estava emprestado ao Mafra mas chega do Midtjylland, onde nunca jogou na equipa principal, sonha impressionar Amorim. “Estou feliz por estar no Sporting. Mal posso esperar para começar, evoluir e mostrar o que posso fazer em campo. É um sonho de infância, este é o melhor clube português, o projeto desportivo certo, o melhor sítio onde poderia estar. Amo o futebol português. Já percebi que os jovens falam bem dele [Rúben Amorim] pois confia neles. É um treinador que tem a ver comigo”, afirmou o central nascido em Abidjan, que assinou até 2027 e fica com uma cláusula de 80 milhões de euros.
“Vim para dar alegrias aos sportinguistas. Quando vês o estádio sentes como a cidade respira” Héctor Bellerín Defesa do Sporting
“É um sonho de infância, é o melhor clube português. [Amorim] Tem tudo a ver comigo” Ousmane Diomande Defesa do Sporting