O Jogo

Sinal de perigo no caminho de Rui Costa

- Vítor Santos vitor.santos@ojogo.pt

Rui Costa procurou, até à última, segurar Enzo, em defesa dos interesses desportivo­s do Benfica. A estratégia impediu a aquisição de um substituto, o que pode revelar-se fatal.

Atransferê­ncia de Enzo Fernández ficará na história como um dos maiores negócios do futebol. Na perspetiva financeira, o Benfica encerrou um capítulo dificilmen­te replicável. Gastou dez milhões de euros para adquirir 75% do passe do argentino e, meio ano depois, recebe mais de 80. Mas é de desporto que estamos a falar. Se fosse de finanças, Rui Costa teria entrada direta na galeria de gurus da matéria. É, pois, necessário esperar pelo final da temporada para avaliar o impacto que esta saída terá na ambição benfiquist­a de voltar aos títulos nacionais. A equipa de Schmidt segue na liderança da Liga, é verdade, mas arriscar no aforro pode ser fatal.

O bólide encarnado tem acelerado como poucos, no plano interno e internacio­nal. Rui Costa e Schmidt viram-se confrontad­os com a impossibil­idade de adquirirem um motor novo para o meio-campo, socorrendo-se do suplente, que até respondeu bem na última vitória, em Arouca. Mas será Chiquinho a alternativ­a ideal? Olhando para o plantel atual, a resposta é quase impositiva, embora Aursnes também pise os mesmos terrenos. Só que estão ambos a léguas de carburar como Enzo, pelo que talvez tivesse sido mais avisado encontrar peça nova para a engrenagem em tempo útil. Na entrevista de ontem, o presidente das águias explicou que se tornou inviável, por diversos fatores, contratar um substituto. O tempo era escasso e o valor dos alvos referencia­dos tenderia a disparar em função da urgência. Tudo certo, mas não é por causa disso que a opção de Rui Costa deixará de envolver alto risco, porque ficar novamente a ver navios de títulos a passar em direção à casa dos rivais significar­á um bloqueio no crédito junto dos adeptos, mesmo com os cofres cheios.

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