O Jogo

Muito barulho para (quase) nada

- Jogo final Jorge Maia jorge.maia@ojogo.pt

Se o ruído das últimas 24 horas não serviu para mais nada, sempre teve o condão de, por uma vez, unir a crítica no reconhecim­ento do mérito de Sérgio Conceição que o próprio reclamava.

Afinal, parece que as notícias que davam conta da iminente saída de Sérgio Conceição do FC Porto não terão passado de um caso de muito barulho para nada. Ou quase nada. Na verdade, pelo menos durante algumas horas, Sérgio Conceição recebeu o reconhecim­ento generaliza­do da crítica pelo excelente trabalho desenvolvi­do ao longo das seis épocas que leva como treinador do FC Porto e que, muito justamente, reclamou no final do jogo com o Inter de Milão. E nem foi preciso muito. Bastou imaginá-lo a bater com a porta na cara de Pinto da Costa quando faltam nove jornadas para o final do campeonato e ainda há uma Taça de Portugal por disputar para se tornar unânime. Que, sim senhor, tem feito muito com pouco, que enfrentou desafios complicado­s numa época de vacas magras no dragão, que descobriu soluções onde muitos só viam problemas, que três títulos de campeão nacional, duas Taças de Portugal, três Supertaças e uma Taça da Liga é mais do que outros, com mais recursos, conseguira­m. Tudo verdades, mas raramente assumidas de forma tão generaliza­da.

Claro que, depois de Pinto da Costa ter desarmadil­hado a polémica, não há de tardar o regresso à normalidad­e das críticas ao mau feito do treinador do FC Porto. Se quiser reconhecim­ento duradouro, Conceição tem de olhar para o caminho desbravado pelos antecessor­es. Mourinho, por exemplo, também tinha um feitio terrível quando estava no Dragão a dar murros na mesa e a ganhar títulos cá dentro e lá fora, mas só passou a ser “special” de forma unânime depois de sair. Foi há quase 20 anos, mas algumas coisas nunca mudam.

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