Vila alega racismo e abandona jogo
FILIPA MESQUITA
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O FC Lixa-Vila FC, disputado ontem, a contar para a quinta jornada da fase de apuramento de campeão da Divisão de Honra da Associação de Futebol do Porto, terminou mais cedo, depois de os jogadores do clube gaiense abandonarem o relvado por alegados comentários racistas – recorde-se que, frente ao Lavrense, os adeptos do Lixa foram acusados de comportamento semelhante. O Vila FC alegou, em comunicado, que “não estavam reunidas as condições” para continuar o encontro. “Esta decisão prendese com o facto de, após um penálti que deu o 1-0 ao FC Lixa, a massa adepta deste clube teve uma atitude lamentável, de teor racista para com um atleta da nossa equipa”, denunciam os gaienses.
Também o FC Lixa emitiu um comunicado a pedir “respeito”. Em declarações a O JOGO, a presidente Paula Sousa deu a sua versão dos acontecimentos. “Um ou dois minutos antes do nosso golo, o capitão do Vila, o jogador número cinco, ganhou um lance a dois atletas do Lixa e festejou virado para a bancada. Os meus atletas, esses sim, eram de cor. Aos 87 minutos, quando existe o penálti, em que marcámos golo, os adeptos festejaram da mesma forma que o número cinco festejou. Aí, a DireçãodoVilaFCentroupelo campo dentro e decidiu que não iam continuar o jogo”, referiu a dirigente, que, assegura, já teve acesso ao relatório do árbitro. “Tenho acesso ao relatório da equipa de arbitragem, delegado da Associação e força de segurança. Não foi percetível para nenhuma destastrêsentidadesqualquerato de racismo. O que é lamentável é o presidente do Vila FC ameaçar os meus diretores e jogadores, dizendo que quando fossem lá iam ser esfaqueados logo à saída do autocarro”, acusou. Sobre o desfecho do jogo, a dirigente adiantou que “o árbitro escreveu que foi a Vila FC a não voltar para o terreno de jogo” e, por isso, os “três pontos são do FC Lixa”.
O JOGO tentou também falar com os responsáveis do Vila FC, o que não foi possível até ao fecho desta edição.