CR7 vidas ao serviço da Seleção
As notícias sobre a capitulação de Ronaldo na equipa das Quinas eram manifestamente exageradas. O atacante recuperou o estatuto com Martínez e respondeu com golos. Falta saber o que acontecerá quando a exigência aumentar.
1Roberto Martínez passou no primeiro teste ao comando da Seleção, uma jornada dupla de apuramento para o Campeonato da Europa em que Portugal estava obrigado a vencer, em função da qualidade dos adversários, Liechtenstein e Luxemburgo. Além das vitórias, ficou confirmada a ideia de que as Quinas passarão a privilegiar um sistema de jogo com três defesas-centrais, o que permite maior profundidade e liberdade aos flanqueadores. Se um dos problemas de Portugal no passado recente residia na incapacidade de romper pelas alas, talvez o problema caminhe para ficar resolvido, embora careça de confirmação com opositores acima de terceira divisão do futebol europeu.
A nota de maior destaque do início da era Martínez centra-se, no entanto, na “recuperação” do estatuto de Cristiano Ronaldo, que tinha perdido a titularidade no ataque durante o Mundial. O avançado do Al Nassr respondeu com golos, como há algum tempo não se via ao serviço da equipa nacional, e terá, igualmente, enviado uma mensagem importante a quem o dava como finado na Seleção. A dúvida reside apenas em perceber qual será o desempenho diante de adversários mais exigentes, uma vez que CR7 não tem sido, nos últimos anos e por razões óbvias, um exemplo em termos de capacidade de pressão, premissa essencial no futebol moderno. E do Luxemburgo, por agora, é tudo.
2
Por cá, num domingo sem as emoções da Liga, destaque para o futebol feminino. O Sporting ganhou no Estádio da Luz e divide o destaque de quebrar o longo registo de invencibilidade do campeão Benfica – que segue bem lançado para mais um título – com outro dado muito relevante: com 27 221 espectadores, foi estabelecido um novo recorde de assistência num jogo de mulheres em Portugal, para o qual contribuíram os muitos adeptos dos leões espalhados pelas bancadas. Puderam festejar sem problemas e de cachecol na mão. O futebol feminino, além dos feitos da Seleção, também já dá lições de urbanidade e desportivismo.