O Jogo

“O clube era mais um filho que tinha”

Gila, esteio defensivo da subida do Campomaior­ense, recorda as comemoraçõ­es que levaram a um bloqueio de estrada em Estremoz

- PEDRO CADIMA

“Lembro-me do senhor Rui pelas suas rotinas, de me cruzar com ele na vila, de o ver nas lojas. Eterno será o seu sorriso, carregava aquela imagem de alguém sempre presente e ombro amigo” Paulo Vida Antigo avançado

Gila veste uma capa ‘malvada’ para o Campomaior­ense. Foi peça histórica do clube mas acabou por ganhar a Taça de Portugal pelo BeiraMar, quando uma vila alentejana sonhava com o Olimpo. O antigo defesa reflete muito com a morte de Rui Nabeiro. “Fiquei extremamen­te triste, lembro uma pessoa muito querida e disponível para o bem social” começa por definir, atacando os marcos históricos. “A primeira subida do Campomaior­ense foi dos dias em que vi o senhor Rui exterioriz­ar mais a sua alegria, realizava algo muito importante para ele”, assevera.

”Foi na Madeira que começa ramos festejos, após o jogo com o Nacional. Duraram pela noite dentro, até amanhecer. Impression­ante a viagem de Lisboa para Campo Maior, impactante foi que centenas de adeptos vieram ao nosso encontro, não aguentavam a espera e acabaram por bloquear a estrada em Estremoz. Fez-se uma caravana até entrar na vila”, precisa.

“Na consagraçã­o com o Amora, em que marco dois golos numa vitória de 4-1, a direção organizou uma festa brutal comum atenda enorme no parque de estacionam­ento com muita comida e bebida. Aberta ao povo e com a presença do senhor Rui. Houve prémios de jogo e prémios de subida”, acrescenta Gil a, decifrando o sentimento gerado na terra.

“Essa subida foi um passo gigante, rendeu balneários novos, bancadas novas e uma grande evolução na estrutura diretiva. Ficou tudo muito mais profission­al”, desfia, enaltecend­o a presença do líder da Delta. “Aparecia de surpresa, cumpriment­ava um a um ou via o treino à parte. O clube era como mais um filho que ele tinha, estava sempre pronto para tudo o que fosse preciso”, revela.

“Posso recordar uma história em 1993/94, uma época a correr dentro das expectativ­as e tivemos uma sequência horrível de seis derrotas em que ficámos em situação compromete­dora. Ele veio ao balneário, olhounos e disse-se uma única palavra: coragem.”

“Grande perda para Portugal. Sei que gostava muito de mim pelos golos que marcava e pela luta que dava, personific­ava um trabalhado­r dedicado. Tudo era cumprido à risca. Guardo com carinho a camisola do clube” Rudi Antigo avançado

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Gila (Beira-Mar) ganhou a Taça que Rui Nabeiro queria

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