O Jogo

RÚBEN FERNANDES “Penso continuar em Barcelos

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Na quarta época ao serviço do Gil Vicente, assumindo desde a chegada a braçadeira de capitão, o central algarvio, de 36 anos, está em final de contrato mas não esconde querer continuar no clube.

PEDRO GRANJA

O algarvio Rúben Fernandes foi um dos 31 jogadores que, na época 2019/20, fez parte do plantel construído de raiz para o regresso ao principal escalão, e que tinha na liderança técnica o histórico Vítor Oliveira.

Aos 36 anos, o central lembrou os altos e baixos da carreira em Barcelos, no segundo clube em que somou mais jogos, logo a seguir ao Portimonen­se, e sente-se na plenitude das capacidade­s para continuar a jogar, assumindo que pretende manter-se em Barcelos para dar continuida­de ao cresciment­o do clube.

Chegou a Barcelos em 2019, um ano depois de o Gil Vicente ter estado a jogar no quarto escalão, devido ao Caso Mateus. O facto de o treinador ter sido Vítor Oliveira foi fundamenta­l na escolha?

—Sim, um dos fatores foi esse mesmo. Ele ligou-me, precisava da minha ajuda e, como sempre, dei o OK. Não propriamen­te por o clube estar nessa situação mais complicada, mas porque sabia que o Gil Vicente tinha umas condições boas e que as coisas iam correr ainda melhor tendo cá o míster Vítor Oliveira.

Foi uma decisão arriscada ou um risco calculado?

Jackson imparável e as “surpresas” Claude e Navarro

—Estava a precisar de uma mudança e até hoje tem-se revelado muito boa decisão.

O Gil disputava a I Liga com um plantel novo. Esperava uma primeira época tão tranquila?

—Sabemos que, quando as equipas sobem à I Liga, o primeiro ano é sempre o mais crítico para nos mantermos. E ainda para mais com o plantel feito de novo, como foi o caso. Sabíamos que ia ser muito difícil, mas, com o tempo, as coisas foram-nos correndo bem. Estávamos a jogar bem e a equipa acabou por assentar e fazer o tal campeonato tranquilo.

E estava à espera de chegar aos 130 jogos pelo Gil?

Com uma carreira profission­al de duas décadas, Rúben lidou com vários jogadores e o que lhe deu mais trabalho foi Jackson Martínez (na foto), “um ponta-delança muito forte física e tecnicamen­te, e muito inteligent­e. Senti muitas dificuldad­es quando joguei contra ele, então no FC Porto, e nos treinos, quando foi meu colega no Portimonen­se.” Em Barcelos, falou nas “surpresas” Claude Gonçalves, “um médio de grande qualidade”, e o inevitável Fran Navarro: “Quando chegou, não era tão evoluído tecnicamen­te. Aprendeu muito e agora tem todas as condições para um grande.”

“Não me chateio com ninguém. Tento ser calmo, manter a cabeça fria e não fazer muitas faltas. Das grosseiras, nunca fiz”

“Sabia que o Gil tinha umas condições boas e que as coisas iam correr ainda melhor tendo cá o míster Vítor Oliveira”

“O míster quer sempre saber o que os jogadores sentem e precisam, e isso é uma mais-valia para qualquer treinador”

—Quando vim para cá não pensei nisso, mas trabalho para que as coisas me corram bem. Felizmente, espero fazer ainda mais.

Aos 36 anos, já pensa na reforma ou sente que ainda tem muito para dar?

—Não, na reforma não penso, porque acho que tenho demonstrad­o que ainda estou em condições de jogar. E penso continuar cá em Barcelos, porque me sinto bem. As pessoas são como família para mim e estou muito identifica­do com a cidade e com as gentes do clube. Sinto-me feliz.

A renovação já está acertada?

—Não. O meu pensamento é ficar em Barcelos, mas as coisas podem tomar outro rumo.

Creio que não acontecerá, porque todos sabem que estou muito feliz. Já lá vão quase cinco anos.

Quais os momentos altos e baixos que destacaria?

—O mais baixo foi a lesão do ano passado. Nunca tinha estado lesionado na minha carreira, só coisas de uma ou duas semanas, no máximo; mas, quase dois meses e meio, não. E isso custa, porque ter uma lesão com a minha idade não é fácil. O ponto alto, sendo que a permanênci­a é sempre um ponto alto, foi o feito histórico do ano passado. Para mim não tanto, porque já tinha estado na Liga Europa, com o Estoril, mas ficar para sempre na história deste clube nunca me sairá da memória.

Trabalhou com Vítor Oliveira em Portimão, em 2016/17, época da subida à I Liga, e em 2017/18. Reencontro­u o “rei das subidas” no Gil, em 2019/20.

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