O Jogo

“VIEMOS PARA FAZER ACONTECER”

Armando Marques, presidente da SAD, levou a União às provas profission­ais 11 anos depois. Porém, a grande meta é o escalão principal

- ELISABETE CRUZ

Dirigente entrou na SAD leiriense na época 2020/21 e assumiu, desde logo, a vontade de recolocar os leirienses no patamar mais alto do futebol português. Subida à II Liga está segura, segue-se novo desafio.

Foram precisos 11 anos para a União de Leiria regressar às competiçõe­s profission­ais. A subida à II Liga foi festejadan­odomingo,maltermino­u o jogo com o Braga B, ganho pela margem mínima pelos leirienses graças ao golo de Leandro Antunes, aos 89 minutos.

A União desceu na época 2011/12,quandoprob­lemas financeiro­s assolaram o clube, que chegou a entrar em campo para jogar com sete jogadores. A SAD entrou em insolvênci­a e vários foram os jogadores que nunca receberam os valores em falta. O destino foi a antiga II Divisão B, ao passo que o clube inscreveu uma equipa nos distritais. Muitos episódios depois de uma trama que até meteu russos (ler caixa), Armando Marques assumiuaSA­Dnaépoca20­20/21 e o mau tempo já lá vai.

A União de Leiria conseguiu finalmente a subida à II Liga. Qual o sentimento, atingido o objetivo?

—Nunca poderá ser um sentimento de dever cumprido, porque queremos fazer da União de Leiria mais do que isto. Mas isto é um passo. Antes de falar do nosso projeto, recordo que há um ano, numa situação não positiva, depois do jogo com o Alverca, comecei por agradecer a todos os adversário­s que tiveram sucesso. Hoje quero agradecer, sem qualquer tipo de falsa humildade, a todos os adversário­s que tivemos, porque contribuír­am para aquilo que achamos e acreditamo­s que é a festa do futebol. A Liga 3 foi um bom exemplo disto. Hoje fizemos uma grande propaganda ao futebol e o futebol está de parabéns. Voltando à União de Leiria, isto é o começo de algo que queremos que fique a marcar uma região, uma cidade e um clube, e que sirvamos de exemplo a muitos outros clubes que têm outra dimensão social, mas à qual nós vamos chegar. Não é uma questão de recado, é uma questão de crença, porque acreditamo­s naquilo que fazemos. Desde a primeira hora, com as pessoas que estão no clube, temos um objetivo, temos um rumo e não vamos sair dele. As boas coisas virão.

Como viveu os 90 minutos contra o Braga B?

—Por norma sou uma pessoa calma, mas claro que festejei de forma contida. Vou festejar hoje [ontem] e não tenho dúvidas que a nossa equipa estrutural, aquela que pensa o clube todos os dias de uma forma mais ampla, e não só na desportiva, tem já hoje muito trabalho em que pensar para fazer acontecer. É isso que nós queremos: viemos para Leiria para fazer acontecer.

Esta temporada, além do sucesso desportivo, marcou em definitivo a aproximaçã­o da cidade? —Mais do que as minhas palavras há os factos. Eu posso ser a face mais visível, mas por detrás de mim há muita gente que contribuiu para que isto seja o tal exemplo que queremos para a União de Leiria. Não sei se será um caso de estudo, mas é um desafio para alguém que estude este fenómeno, que olhe para o caso do Leiria.

Sabe que no estrangeir­o já há clubes que pretendem copiar a ideia de oferecer bilhetes aos adeptos?

—Nunca é mau copiar o sucesso. Mas, um pouco em jeito de brincadeir­a, uma fotocópia nunca é como o original.

Já está a pensar na próxima época ou há ainda o título para ganhar?

—Primeiro há um título para ganhar, mas antes disso há um jogo e temos de honrar a competição. Primeiro vamos a Felgueiras, um adversário que merece o nosso respeito, e só a seguir vamos disputar a final. Claro que queremos trazer o título para Leiria. Ainda não sabemos qual será o adversário, mas será valoroso e terá, com certeza, o mesmo objetivo que nós.

A contrataçã­o de Vasco Botelho da Costa foi uma aposta ganha...

—Nunca tivemos dúvidas. Se bem se recordam da apresentaç­ão, se puxarem a fita atrás não preciso de me repetir. Se tivéssemos algum tipo de dúvidas, o Vasco não seria treinador da União de Leiria para o propósito que temos. Por isso é que ele tem um contrato de longa duração. Depois de falarmos com ele, quer eu quer oNélioLuca­s,nãotivemos­dúvidas sobre aquilo que queríamos para a União de Leiria.

“[Esta subida] Nunca poderá ser um sentimento de dever cumprido, porque queremos fazer da União de Leiria mais do que isto. Mas isto é um passo”

“Há um título para ganhar, mas primeiro vamos a Felgueiras, um adversário que merece o nosso respeito”

“Se tivéssemos algum tipo de dúvidas, o Vasco não seria treinador da União de Leiria para o propósito que temos. Por isso é que ele tem um contrato de longa duração”

Armando Marques Presidente da União de Leiria – Futebol, SAD

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ARMANDO MARQUES, DE 53 ANOS, FOI VICE-PRESIDENTE DO V. GUIMARÃES NOS MANDATOS DE JÚLIO MENDES

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