ESTE LEÃO FAZ DO GOLO UMA INEVITABILIDADE
REVIRAVOLTA Sporting começou a perder em Vizela, mas nunca duvidou de si próprio, convicto numa forma de jogar que o deixa sempre habilitado a marcar
Vizela fez o que pôde e teve o mérito de não ter baixado os braços depois do raide leonino, que à hora de jogo já levava dois golos de vantagem. Trincão em grande, na companhia do intratável Gyokeres.
o golo, baseada em processos tão simples quanto bem executados, faz com que circunstâncias como sofrer primeiro sejam pouco mais do que curvas apertadas num trajeto que chega sempre ao destino. Assim se resume o triunfo de ontem contra o Vizela, por 5-2, que garante mais uma jornada no topo da tabela para os leões, naantecâmaradaFinalFourda Taça da Liga. Sem dúvida que a equipa de Rúben Amorim chega a Leiria e ao duelo com o Braga num grande momento de forma e a respirar confiança.
QuantoàequipadooutroRubén, De la Barrera, não se pode dizer que o Vizela tenha estado muito mal. Pareceu mais, sobretudo, uma natural imposição da lei do mais forte. Depois de uns primeiros minutos com os leões a palmilharem o último terço com relativo à vontade, foi a equipa da casa a ferir primeiro. Na ressaca de uma bola parada, aos 13 minutos, o cruzamento de Hugo Oliveira foi direitinho para a cabeça de Alberto Soro, que deixou Adán pregado ao chão – as hipóteses de defesa também eram escassas. É sempre um momento de teste, uma prova de stress. E o Sporting passou por isso com nota positiva, não só mas também porque continuou a jogar da mesma forma, sem se precipitar. Cinco minutos bastaram paraGyokeres, servido por Nuno Santos, ficar nacarado golo e desperdiçar. Este entendimento à esquerda foi a via preferencial do Sporting para ferir o Vizela. Nem sempre com a melhor execução ou discernimento, mas constantemente com a ideia que o golo, mesmo sem uma avalanche de oportunidades, não estava muito distante. Na verdade, quem tem Gyokeres, mesmo com aquele falhanço invulgar, sujeita-se inevitavelmente a isso, como já vamos perceber. A linha de cinco do Vizela ia aguentando as operações como podia, com cuidado para evitar lances de um para um, antes de espreitar o contra-ataque. E Samu até poderia muito bem ter aumentando a vantagem na conclusão de uma jogada muito bem de senha da.Éatalle ido mais forte. O viking perdoa uma vez, mas não muitas mais e não deixou que o intervalo chegasse com o Sporting atrás. Enquanto houver tempo e uma nesga de espaço para jogar, Gyokeres não desarma, carrega, desgasta e arrasta. Fórmula aplicada de maneira certeira mesmo em cima do intervalo, pelo pé esquerdo do sueco, num remate cruzado. Qualquer altura é boa para marcar, mas tão motivador como faturar em cima do intervalo é repetir a celebração logo a abrir o segundo tempo. Trinta e cinco segundos foram suficientes para Trincão, que tentou serviu Gyokeres e viu a bola dirigir-se diretamente para o fundo das redes. De facto, se tanto se fala – e bem – do avançado nórdico, Trincão não merece menos destaque, porque voltou a estar noutro golo, com um cruzamento exímio para Paulinho. Íamos em menos de uma hora de jogo e a questão já parecia arrumada. Mérito para o Vizela por rejeitar essa ideia quando por fim teve algum tempo para respirar entre as operações cirúrgicas e ao mesmo tempo tão intensas do Sporting. Essende ainda reduziu para 3-2, mas não foi suficiente para este Sporting duvidar de si próprio – Coates foi lá acima, ao seu habitat natural, fechar a contagem.