Via aberta para “El Matador”
Ao ganhar o duelo com Loeb, Carlos Sainz vai ser hoje coroado vencedor do Dakar pela quarta vez
Luta intensa travada pelos antigos campeões dos ralis decidiu-se quando Loeb partiu a suspensão, perdendo mais de uma hora para o espanhol. Nas motos, vai ser Ricky Brabec a celebrar.
Quando hoje se cumprirem os últimos 175 quilómetros cronometrados do 46.º Rali Dakar, tudo indica que irão confirmar os triunfos de CarlosSainz(Audi),noscarros, e Ricky Brabec (Honda), nas motos. Nesta categoria, apesar do último esforço de Ross Branch (Hero) na penúltima etapa, 420 quilómetros até Yanbu (Arábia Saudita), a liderança do norte-americano nunca esteve em causa, estando perto do segundo êxito da carreira e de dar à equipa dirigida pelo luso Rúben Faria a primeira conquista desde 2021, acrescida do terceiro posto de Adrien Van Beveren.
As grandes emoções da última tirada dura passaram-se nos automóveis, com a imagem do dia a ser a do momento em que Carlos Sainz passou pelo BRX Hunter de Sébastien Loeb, parado ao quilómetro 132. A 13 minutos do líder antes da partida, o nove vezes campeão mundial trocar o Dakar pela Fórmula 1 de ralis partiu um braço da suspensão dianteira, parando mais de uma hora e ficando sem possibilidades de continuar a lutar pela sua primeira vitória no Dakar. A ajuda veio do Hunter do chinês Yungang
Zi, permitindo ao francês salvar o lugar no pódio, aproveitando também a jornada terrível de Lucas Moraes (Toyota), que caiu de terceiro para nono da geral. “O Dakar fez jus à sua reputação”, resumiu Loeb.
Por seu turno, Sainz, que assumiu a dianteira desde a passagem de 48 horas pelo deserto do Quarto Vazio, prepara-se para festejar pela quarta vez. “El Matador” interrompe a série de Nasser Al-Attiyah, com a particularidade de ganhar por quatro marcas distintas: Volkswagen (2010), Peugeot (2018), Mini (2020) e, agora, Audi. Esta a festejar no mesmo dia em que deixará a dureza do deserto, para preparar a entrada na Fórmula 1.
Otítulo desta crónica é o espelho das esperanças que tínhamos na nossa própria prestação! Infelizmente, estamos longe da luta e só um milagre poderia inverter essa situação, mas temos de saber viver com isso porque, acima de tudo, o desporto terá sempre vencedores e vencidos; e quanto melhor aceitarmos a derrota, melhor nos vai saber a vitória. Oportunidades de vencer um Dakar não surgem todos os dias, talvez tenhamos perdido a nossa, mas é certo que vamos estar cá em 2025, em busca de uma nova oportunidade! Mais logo, no pódio, vamos parabenizar os vencedores porque, na verdade, eles merecem. O Dakar foi duro… física e emocionalmente. Mas preparou-nos da melhor forma para o que resta do Campeonato do Mundo!
“Depois de apanharmos o Seb, conduzimos com cuidado. Foi muito difícil, com tantas pedras” Carlos Sainz Piloto da Audi