Di María importante até pela metade
O Benfica segue forte em termos de resultados, mantém a pressão sobre o Sporting, mas o futebol apresentado continua aquém do expectável para o investimento realizado.
OBenfica precisou de se aplicar a fundo para vencer o Boavista, que ameaçou a surpresa na Luz e até podia ter marcado antes de as águias inaugurarem o marcador. Uma defesa de Trubin, a meias com Morato, eliminou um susto ainda maior e depois, bom, depois apareceu Di María. Já lá vamos. Antes, porém, duas notas sobre a exibição do campeão nacional, que parecem perturbar as bancadas. É estranho que, em contraste com o que acontecia na temporada passada, as águias apresentem dificuldades no controlo das saídas do adversário para o ataque, o que obriga a dupla da zona central do meio-campo a passar 90 minutos em intensa correria. Por outro lado, Roger Schmidt voltou a terminar um jogo com quatro defesas-centrais em campo, o que também causa estranheza, sobretudo se pensarmos no forte investimento feito pela SAD liderada por Rui Costa nos mercados de verão e de inverno. Contratou dez (!) reforços – contando com Prestianni e Rollheiser –, e mesmo assim o treinador alemão continua “obrigado” a adaptações. De volta ao tema Di María, outra vez decisivo – abriu o marcador e ofereceu o segundo golo, do jogo e do curto trajeto no Benfica, ao prometedor Marcos Leonardo –, começa a ser sólido afirmar que o argentino se está a transformar numa espécie de abono de família. Mesmo jogando pela metade, porque se demite muitas vezes de ajudar a equipa nos processos defensivos, emerge como grande motor do ataque, disfarçando os problemas que as águias revelam na zona de finalização. Depois de Musa, Tengsted e Arthur Cabral, talvez Marcos Leonardo seja, finalmente, o homem de área que faltava ao Benfica.