O Jogo

FOI SÓ QUEBRAR O GELO PARA O DRAGÃO QUEIMAR

Resultado mais gordo da época construído com bis do lateral esquerdo e a estreia de Alan Varela. Evanilson e Galeno fizeram os outros golos do FC Porto

- Textos CARLOS GOUVEIA

Uma mão-cheia de golos serviu para aquecer uma noite gelada na Invicta e confirmar que este FC Porto em 4x2x3x1 tem consistênc­ia defensiva e um poder de fogo que ainda não se tinha visto.

O algodão não engana e os ●●● números também não. A maior goleada da época no campeonato para o FC Porto começou a ser desenhada bem cedo através de um improvável Wendell, que ainda faria o 4-0, num inédito bis na carreira desde que saiu do Brasil. Pelo meio, Evanilson penteou o segundo e Galeno galgou mais de 50 metros para fazer o terceiro. Deu ainda para Alan Varela abrir ficha com o primeiro golo de azul e branco, fechando as contas e levando o Dragão a uma verdadeira erupção numa das noites mais geladas dos últimos tempos.

No futebol a sorte conta muito, mas a melhoria do rendimento do FC Porto não é um mero acaso. Desde que Sérgio Conceição mudou o sistema tático, impulsiona­do pela baixa de Taremi (Taça Asiática), os portistas somam três vitórias, em outros tantos jogos, e todas sem sofrer golos. Prova inequívoca de que a mudança deu maior estabilida­de defensiva à equipa e que na frente, aos poucos, os problemas de concretiza­ção vão-se resolvendo, devolvendo a confiança aos intérprete­s.Tudo conjuga doeste FC Porto está pujante na perseguiçã­o aos rivais de Lisboa. Repetindo a tal fórmula vencedora e trocando apenas o castigado Nic opor Eustáq ui o–sem surpresas, portanto -, o FC Porto tirou a barriga de misérias e ainda ficou a dever a si próprio mais alguns golos. Mas quando se ganha por 5-0 isso só é “problema” para o treinador. Ainda assim, a primeira parte não foi brilhante. Longe disso. Mesmo com o golo madrugador de Wendell, servido por Francisco Conceição, os portistas somaram uma série de más decisões no último terço a fazer lembrar outros jogos, o que manteve o resultado aberto até ao descanso. O Moreirense repetiu o onze que vencera o Estoril na ronda anterior,masmudouad­inâmica para um 4x4x2 em que Kodisang era o quarto médio a defender e o terceiro homem da frente quando a equipa tinha bola. Mas teve pouca, diga-se. Por isso, só em poucas transições e numa ou outra bola longa é que se aproximou da baliza de Diogo Costa. O melhor lance surgiu precisamen­te a abrir a segunda parte quando Kodisang tirou tinta ao poste direito da baliza portista. Serviu de aviso, mas não passou disso porque o FC Porto colocou o pé no acelerador e partiu para um resto de jogo de grande nível, sobretudo na última meia hora, embalado pelo 2-0, nascido do laboratóri­o do Olival. Num canto curto, Alan Varela foi para dentro cruzar tenso, Evanilson desviou subtilment­e com a cabeça e deu tranquilid­ade à equipa, numa altura em que Iván Jaime já tinha entrado para o lugar de Eustáquio. A resposta de Rui Borges foram quatro substituiç­ões que deixariam a equipa ainda mais fragilizad­a e perdida em campo, incapaz de, sequer, incomodar Diogo Costa. O FC Porto agradeceu e, confortáve­l com a vantagem, só precisou de nove minutos para ampliar na sequência de uma arrancada de Galeno desde o seu meio-campo. O remate ainda sofre um ligeiro desvio em Marcelo, mas acaba no fundo das redes. O Moreirense nem teve tempo de respirar e na sequência de mais uma transição rápida, João Mário assistiu Wendell que já tinha iniciado o lance e surgiu na área para finalizar à ponta de lança. Desnortead­a, a equipa minhota foi acumulando erros e um deles custaria o 5-0 final: Kewin repõe mal a bola e Alan Varela “rouba-a”, isolando-se. O guarda-redes ainda evita à primeira, mas na recarga o argentino faz o seu primeiro golo pelo FC Porto e encerra as contas, deixando as bancadas do Dragão em erupção com o resultado mais gordo da época.

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Pepê voltou a ter liberdade de movimentos

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