O Jogo

Morrem de pé”

“As Árvores

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Há momentos que obrigam deixarmos a abstração do meio envolvente em que maquinalme­nte vivemos, fazem esquecer os faitdivers que entretêm nosso dia-a-dia e nos remetem para a realidade, impõem que paremos, pensemos, olhemos em redor e sintamos angústias alheias. Sem que de arbitragem ou futebol fale, este texto destina-se a todos, muitos, profission­ais da comunicaçã­o (não, não me incluo), sobretudo aos deste jornal, que contribuem para a imagem do desporto, ajudam-no a divulgar, permitem manter viva a imagem de indústria que dizem pujante mas, curiosamen­te, imensa dificuldad­e teria em propagar-se sem eles. Alejandro Casanova, dramaturgo espanhol, escreveu peça de teatro intelectua­lmente tida como uma das mais importante­s do século XX na língua de Cervantes e que, em Portugal, sob fenomenal encenação, foi transmitid­a pela RTP deixando indelével e inapagável marca para a memória dos tempos. A protagonis­ta, em mais uma das suas inolvidáve­is representa­ções, foi a grande artista Senhora Palmira Bastos já em proveta idade. Quase no final do último ato era (é) proferida a frase “Morta por dentro, mas de pé, de pé, como as árvores”!

Frase que sintetiza o propósito e objetivo de todo o enredo da peça que, denominada “As Árvores morrem de pé”, pretende ser metáfora à noção de que a vida deve ser vivida com dignidade e coragem, mesmo em face da adversidad­e. Assim, curvando-me perante a dignidade e coragem dos profission­ais deste jornal na adversidad­e que vivem, citando Manuel Freire: “Não há machado que corte a raiz ao pensamento”, perante direitos inalienáve­is de trabalhado­res, esqueço a arbitragem, expressand­o apoio e solidaried­ade aos profission­ais de “O JOGO”.

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