Uma taça com ecos no campeonato
Oformato da Taça da Liga sempre esteve desenhado para culminar numa final four que juntasse os quatro grandes à volta da disputa de um troféu. Uma espécie de protótipo de Superliga, capaz de garantir um concentrado do melhor que o futebol português tem para oferecer. Haverá quem considere o formato injusto, favorecendo descaradamente as equipas mais fortes que apenas se defrontam a partir das meias-finais. Mas que é um bom produto, isso é inegável. Não fosse pelo facto de o FC Porto ter, mais uma vez, faltado à chamada, teríamos esta semana dois jogos de calibre Champions, entre os quatro primeiros classificados do campeonato. E, mesmo que o troféu não seja exatamente a prioridade de nenhum deles, o facto de ser disputado olhos nos olhos com rivais históricos acrescenta-lhe o picante que o livra de ser insosso. Afinal, normalmente, não está apenas em causa ganhar um título, mas ganhá-lo a um concorrente direto na corrida pelo campeonato, com todos os reflexos a médio e longo prazo que uma vitória dessas pode ter. Separados por um ponto na Liga, Sporting e Benfica, por exemplo, vão querer aproveitar um palco assim para deixarem uma marca tão profunda quanto possível no adversário. Depois há o Braga que, por um lado, tem na prova a oportunidade mais clara de acrescentar um troféu ao museu e, por outro, a pressão de evitar que mais uma derrota frente a um grande faça abanar a estabilidade de Artur Jorge no cargo de treinador. Sobra o Estoril, o outsider, sem nada a perder e tudo a ganhar, que obrigará quem o enfrentar a lembrar-se que são os obstáculos mais pequenos que provocam as quedas mais espalhafatosas. O FC Porto que o diga.
A Taça da Liga já foi mais desvalorizada do que é hoje, até porque o formato impõe quase sempre que a decisão coloque rivais históricos frente a frente. E ganhar um título a um rival é sempre um tónico.