“Aspeto mental já em debate”
Gilberto Silva admite que o projeto pretende higienizar o trato com os atletas e os clubes
Falava Artur Jorge, técnico do Braga, dos transtornos que as redes geram aos atletas, pelo que lá vão lendo.
Esta plataforma também entronca nos alertas da saúde mental face a julgamentos grosseiros em praça pública?
—Ajuda os jogadores a estar num ambiente onde dispensem preocupações. Infelizmente, é uma dinâmica comum no passado recente, haver pessoas que atacam um atleta por um di a mau ou uma má temporada. Não têm de ser agressivos, devem entender o ser humano além do jogador. O comportamento das pessoas é que fez as coisas fugirem de controlo, as plataformas vieram só dar visibilidade a esses elementos. Claro que tem influência no aspeto mental, é algo já em debate em Inglaterra. Há muitos jogadores inquietos a abandonarem as plataformas existentes. Queremos ajudá-los a usarem um canal próprio livre dessa linguagem e ataques. Onde poderão expressar-se sobre o jogo, a carreira e a vida, falar abertamente com os fãs.
E não haverá aqui riscos de os clubes verem este plano de comunicação demasiado ousado?
—Oatletatemdeterindependência no que faz, e, ao mesmo tempo, responsabilidade. A maioria deles compreende isso muito bem, tem de tomar posse da sua palavra, falar com as pessoas e lidar com sensibilidades diferentes. Muitas pessoas admiram o trabalho do jogador e querem apenas ouvir e sentir proximidade. O atleta é responsável pelo que diz, mesmo que o clube exerça um controlo muito grande. Striver quer dar esse conforto e ajudar a cuidar o aspeto mental dos atletas, bem como salvaguardar a integridade da instituição, porque os clubes também são vítimas de abusos. É uma forma de fazer fluir, canalizar a comunicação, as livres opiniões. Tudo o que pretende é fomentar uma interação positiva.
“A Striver quer dar conforto e cuidar do aspeto mental dos atletas e salvaguardar as instituições”
Gilberto Silva Ex-jogador do Arsenal