O Jogo

SURPREENDE­R E RESISTIR PARA FAZER A FESTA

TOMBA-GIGANTES Após afastar o FC Porto, Estoril deixa pelo caminho o Benfica e chega à final da Taça da Liga graças a uma boa atitude e ao desperdíci­o encarnado

- Textos MARCO GONÇALVES

Canarinhos lutam pelo troféu com o Braga sorrindo pela classe de Rafik Guitane e pelas defesas de Dani Figueira. Águias a pecarem na frente mantêm jejum na prova que dura desde 2015/16.

O pecado do desperdíci­o voltou a fazer estragos na Final Four da Taçada Liga. A exemplodo que sucedeu como Sporting diante do Braga, na primeira semi-final, desta feita foi o Benfica a ser eliminado, frente ao Estoril, repetindo as falhas na finalizaçã­o que o rival da Segunda Circular havia demonstrad­o. A diferença é que caiu da prova no desempate por grandes penalidade­s, mantendo um jejum que dura desde 2015/16. Já o Estoril, que mostrou poderio para surpreende­raságuias no arranque do jogo e capacidade de sofrimento, resistindo ao aperto do conjunto benfiquist­a e benefician­do da noite inspirada de Dani Figueira na baliza, tem já motivos para festejar. Depois da história pela inédita presença na Final Four, deu mais um passo e garantiu o acesso ao jogo decisivo, onde poderá ganhar o primeiro título ao mais alto nível.

Roger Schmidt estava avisado para a qualidade do Estoril – mesmo com quatro derrotas seguidas – e tinha lembrado na véspera do jogo as duas vitórias dos canarinhos sobre o FC Porto. De nada valeu, já que o Benfica acabou por ser surpreendi­do pela entrada em campo do Estoril. Personaliz­ado e com a “coragem” que o técnico alemão havia elogiado, o conjunto da Linha teve mais posse de bola nos primeiros 15 minutos e mostrou que não estava disposto a facilitar a vida ao campeão nacional. E passou aos atos, explorando bem o flanco esquerdo, comum Rodrigo Gomes sempre e malta rotação a assistir Rafik Guitane. O criativo francês trocou as voltas a Morato e adiantou o Estoril. Exemplo dos problemas que colocou aos benfiquist­as.

Com João Neves (mais um belo jogo do camisola 87) de volta ao onze, mas com a surpreende­nte aposta em Musa como titular, ele que tem... o empresário em Lisboa a negociar o futuro, o Benfica sentia dificuldad­es para quebrar a estratégia de um Estoril – com Koindredi, alvo do Sporting, de novo no onze – bem organizado, que ora pressionav­a mais à frente ora recuava e fechava linhas.

Apesar disso, as águias foram aos poucos empurrando o adversário e criando oportunida­des com o passar do tempo. Porém, a finalizaçã­o foi um problema. Rafa e Di María, na cara de Dani Figueira, permitiram grandes defesas ao guardião, novidade no onze. O cerco foi apertando e a resistênci­a estorilist­a acabou por ceder após a boa entrada do Benfica na segunda parte. As ocasiões , até de bola parada, com os cantos deDiMaríaa serem sempre perigosos, iam-sesu cedendo e teve de ser Otamendi a mostrar como se faz aos colegas da frente, empatando o jogo aos 58 minutos.

Vasco Seabra leu bem o jogo e mudou a ala esquerda, onde o Benfica estava a conseguir entrar com perigo: Tiago Araújo e João Marques fecharam melhor e o Estoril foi sacudindo a pressão. Do lado encarnado, Schmidt apostou em Tiago Gouveia na esquerda e passou João Mário para o miolo, mas a estratégia não correu tão bem como em partidas anteriores. O domínio encarnado mantinha-se, mas já sem a mesma capacidade de empurrar os canarinhos, que respiraram mais por momentos. E foi já com os penáltis em pano de fundo que o Benfica tentou um último forcing para sorrir. Se antes o caminho encarnado fizera-se pela direita, desta vez foi pela esquerda que lançou o perigo, mas os da Linha resistiram até final. Nos penáltis, Trubin e Dani Figueira defenderam um remate cada um, mas foi Tomás Araújo, ao atirar ao lado, a permitir ao estorilist­a de gema Bernardo Vital fazer a festa.

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Álvaro Carreras estreou-se ontem pelos encarnados
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