O Jogo

“Eu era um criativo que marcava golos”

- PEDRO CADIMA

Destacou-se como um relógio preciso no miolo do Vitória mas lembra vocação trazida do Zaire, até conversa com Marinho Peres. E fala do presidente preocupado com tudo que envolvia a equipa.

N’Dinga recorda aqui algumas das perdas recentes no universo vitoriano.

Os últimos tempos ficaram marcados por perdas difíceis para o universo vitoriano, como Neno, Marinho Peres e Carvalho. Cruzou-se com todos...

—Marinho Peres foi o meu primeiro treinador, um verdadeiro gentleman, sabia como tirar o melhor de cada jogador. Já o nosso Neno trazia calor e alegria, contagiava todos na equipa. O António Carvalho era uma das pessoas que era capaz de me dizer ainda hoje o que fiz no meu primeiro dia no Vitória. Não podemos esquecer o Basílio, meu companheir­o de quarto e um autêntico irmão.

O impacto do Marinho Peres e outros técnicos?

—Marinho acreditou em mim, deixou-me jogar à minha maneira sem pressionar. Seguiram-se treinadore­s com confiança em mim mas destaco o Quinito, enorme a treinar mas um ser humano realmente fora-de-série.

Falar do Vitória dos oitentas e noventas é falar obrigatori­amente de Pimenta Machado. Que imagem do presidente?

—Era um presidente que se preocupava em saber tudo o que acontecia dentro da equipa, o aspeto moral, físico, psicológic­o, estava atento ao relacionam­ento entre os treinadore­s e os jogadores. Estava de olho em tudo. No que respeita aos prémios, recebíamos sempre sem atrasos, mas não acho que ele estivesse entre os melhores nesse capítulo, tinha muito cuidado comas finanças do clube.

Mudou muito o N’Dinga do Congo para Guimarães?

—No Congo era um jogador muito ofensivo, que também marcava muitos golos, porque era muito criativo e com os dribles criava com facilidade superiorid­ade numérica. Quando cheguei ao Vitória havia Ademir que não sabia defender. Marinho perguntou-me se eu sabia jogar mais atrás, disse que sim, porque sempre procurei estudar o futebol. Felizmente, foi ótima ideia.

Que jogadores destaca no passado recente do Vitória?

—Vejo o jogo muito a partir do meio-campo, falo do Flávio Meireles, Nuno Assis, Fernando Meira, Pedro Mendes e o André André.

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