O futebol encontra sempre o caminho
Ofutebol é como a vida, mesmo nas condições mais agrestes encontra sempre o caminho e o espaço certos para se desenvolver. A Taça da Liga, em função de interesses comerciais aceitáveis, porque quem a organiza defende e tutela o futebol profissional, é uma competição talhada para proporcionar finais entre os grandes do futebol português. Se olharmos para classificação do campeonato, percebemos que os dois primeiros, Sporting e Benfica, são precisamente as equipas que ficaram pelo caminho nas meias-finais. Ganha o futebol, pelo fator imprevisibilidade, que é, bem vistas as coisas, aquilo que alimenta a paixão de milhões de adeptos.
É claro que a vitória de ontem, do Estoril sobre o Benfica, tem sabor a escândalo, mas os sinais estavam todos lá, como Schmidt alertara na véspera, ao lembrar que os canarinhos tinham batido duas vezes o FC Porto na temporada em curso. Nem assim o Benfica conseguiu ser mais competente, mostrando o mesmo futebol desgarrado e sem critério apresentado nas vitórias recentes frente a Rio Ave e Boavista. O talento dos homens da frente vai disfarçando a evidente falta de organização. Di María quase fazia um golo de outro mundo, mas como a bola não entrou, passou pela partida como um extraterrestre, deslocado, usando e abusando de dribles estéreis e mostrando a todos aquilo que só Schmidt parece não ver: aos 35 anos, dois jogos por semana é muito, a não ser que o técnico aceite ter em campo um jogador que só ataca. O alemão até parece lidar bem com isso, a equipa é que não…
Desgarrado como é costume, o Benfica teve a mesma sorte que o FC Porto frente ao Estoril na Taça da Liga. Caiu e voltou a casa com uma derrota nos penáltis, sem brilho e cheio de dúvidas.