FAVORITO TRAVA-SE COM ALMA
Há sete anos, o Moreirense de Augusto Inácio surpreendeu tudo e todos ao conquistar a Taça da Liga, vencendo na final o Braga depois de eliminar... o Benfica. O técnico compara este Estoril à sua equipa.
A história tem destas ●●● coincidências. Há exatamente sete anos, o Moreirense, a equipa menos favorita das quatro que disputaram a final four da Taça da Liga, eliminou o Benfica nas meias-finais e, na final, encontrou o Braga, que venceu por 1-0, conquistando um feito inédito.
A situação do Estoril é agora idêntica: depois de eliminar as águias, terá de ultrapassar o Braga para também entrar na história. Augusto Inácio, treinador que conduziu a equipa de Moreira de Cónegos à conquista da Taça da Liga a 29 de janeiro de 2017, no Estádio Algarve, vê o Estoril com reais possibilidades de conquistar o troféu. “Estava a ver o jogo do Estoril e a relembrar-me do jogo de 2017 do Moreirense contra o Benfica. Uma equipa mais favorita do que outra e, sinceramente, vi o Estoril muito personalizado, determinado, com uma frescura física muita boa, uma intensidade e uma dinâmica fantásticas; depois do 1-0, o Benfica teve muitas dificuldades. Empatou, podia ter marcado mais um, mas o Estoril nunca deixou de acreditar. Nos penáltis, que para mim não são uma lotaria, mas uma prova de personalidade e um momento de confiança dos jogadores, o Benfica falhou dois e o Estoril chegou à final. Fiquei a pensar, ‘olha, outra vez a história de há sete anos’. Acredito que o Estoril pode ganhar esta Taça da Liga”, resumiu.
Augusto Inácio considera que os jogadores não precisam de uma preparação especial por terem pela frente um jogo histórico. “Já estão galvanizados”, testemunha. “Estão confiantes, ansiosos, e com a organização e sistema de jogo que o treinador vai preparar, lá dentro vão dar tudo o que têm e o que não têm para ganhar. Só se ganha com um espírito de grupo muito grande, foi isso que aconteceu ao Estoril contra o Benfica. O Braga é o favorito, mas, atenção, esta equipa considerada menos favorita é a que vai ter alma maior para esta final. Para o Estoril é agora ou nunca a possibilidade de entrar na história”, sublinha.
Uma atitude que Inácio antecipa com facilidade. “Os jogadores sabem que é a grande oportunidade da vida deles, do clube, da carreira do treinador, de alcançar algo inédito e inesperado”, defende o técnico, que recorda com saudade a final four de há sete anos. “Não íamos com grandes expectativas para a meiafinal, já que jogávamos contra o Benfica. Tanto assim foi que jogámos com metade da equipa que normalmente era titular. Esse jogo correu-nos muito bem, ganhámos 3-1, e quando foi a final, aí já tínhamos moral muito elevado e maior confiança”, lembra o treinador, que surpreendeu nessa edição à frente da equipa da freguesia de Guimarães. “O Braga teve um jogo de contenção, de espera, nós também, ficou uma primeira parte muito amarrada, poucas oportunidades, mas num ataque rápido, o Francisco Geraldes foi derrubado pelogu arda-redes do Braga[ Matheus ], o árbitro Artur Soares Dias assinalou penálti e o Cauê, com uma frieza muito grande, marcou o golo, e acabou aí a primeira parte. Na segunda, mantivemos a toada, o Braga só tentou mais alguma coisa nos últimos 15/20 minutos, e no contra-ataque podíamos ter feito mais um golo e houve grandes defesas do Makaridze. Foi uma vitória inesperada da equipa menos favorita das quatro, essa final foi muito bem ganha e a meia-final foi conquistada com muita esperteza e uma pontinha de sorte, também com alguma sobranceria do Benfica”, sustenta, elogiando a capacidade para derrotar o Braga na final. “Fomos uma equipa muito pragmática e organizada e fomos os justos vencedores da Taça da Liga”.
“Ricardo Horta tem aquela classe que pode fazer a diferença aqui e acolá num lance individual”
“Guitane não toca a bola para o lado, vai para a frente e empurra a equipa. Marca a diferença no Estoril”