“O VITÓRIA VAI DAR LUTA AO BRAGA”
Paulinho Cascavel, nome sonante dos conquistadores, testemunhou harmonia e prosperidade recente no castelo
Em duas épocas, marcou 60 golos em 76 jogos, viveu um 4.º e um 3.º lugar, estava o Braga a milhas dos conquistadores. Esperançado num momento de viragem, encantou-se pela alma de Álvaro Pacheco.
O mítico Cascavel, apelido perfeito para uma história goleadora, regressou recentemente ao Brasil, após um mês em Portugal, tomando Guimarães como seu quartel-general, onde sorveu um carinho avassalador. O brasileiro, hoje com 64 anos, acompanhou a boa fase recente de resultados dos conquistadores, vendo, inclusive, a equipa de Álvaro Pacheco arrancar o emocionante empate na Pedreira. As impressões que levou foram as melhores, como explicou. “Vi três jogos, não fui a Braga, porque era complicado, mas estive no estádio nas vitórias frente a Rio Ave, Penafiel e Arouca. Não perdi! Fiquei muito contente, vi uma equipa bem estruturada, apesar das mudanças que já teve esta época”, notou. “O Álvaro Pacheco uniu bastante o grupo, adorei o ambiente no balneário, falei muito com o treinador, vi muita intensidade. Os resultados estão à vista, estamos perante uma equipa consistente e de bons propósitos”, elogiou o antigo craque, animado por mais um triunfo robusto sobre o Estrela da Amadora e com boas vibrações do que a classificação pode representar no final. “Com esta excelente primeira volta, acredito que o Vitória pode dar luta ao Braga, que tem uma estrutura mais forte e um plantel com caras muito mais conhecidas. Termos os mesmos pontos é uma grande conquista nesta altura, se o Vitória não se perder, tem tudo para brigar por esse quarto lugar e chegar mais perto do Braga em termos de estatuto”, declarou,
analisando os alicerces que têm feito do rival minhoto mais dominador no passado recente,papéisinvertidosface ao tempo de Cascavel em Portugal. “A razão é sempre financeira, as receitas. O Braga tem vendido muito bem e aproveitado resultados para valorizar ativos. O Vitória tem-se visto com orçamento menor. Não consegue segurar jogadores, ao contrário do Braga, que os vende numa situação mais vantajosa”, assinalou Cascavel, que ficou encantado com Álvaro Pacheco. “Achei muito bonita a relação dele com os atletas, muito direto no trato, pessoa de caráter firme e não deixa para depois o que há para falar. Transmite segurança à equipa, percebi isso nos treinos,
os jogadores tentam corresponder ao que ele pede. Tem toda a cara do Vitória, muita garra, só joga para ganhar e vende otimismo”, aclarou o antigo matador, que aproveitou para rever velhos colegas,comoMiguel,Costeado e Laureta.
Jota é o homem da frente
Paulinho Cascavel olha para o Vitória com a mágoa de não encontrar um avançado à moda antiga. Aceita o contexto global e realça as qualidades e condições para grandes palcos de quem mais pontos rende ao emblema de Guimarães. “Antes treinava-se os fundamentos de um 9, o seu perfil. Agorasobrampoucos,osavançados são diferentes e têm de
ajudar imenso na marcação. Aprecio o André Silva, muito forte com a perna esquerda, mas sai muito da sua zona ofensiva e acaba os jogos completamente esgotado. Gosto muito do Jota também. Brinquei com ele, disse-lhe que mudou a pontaria, mas no ano passado já trabalhava muito. A confiança tem crescido, está naquela fase que sabe que se não marca num jogo, marca no próximo”, destacou, dando ainda mais conteúdo à apreciação. “É o nosso homem da frente, uma ótima referência, um ala potente. Com a necessidade de o Vitória vender, uma época ou duas com este rendimento, a marcar, é inevitável essa valorização muito rápida”, sublinhou Cascavel.
“A experiência do Nélson pode encaixar muito bem no momento da equipa. Vai compor o ataque na perfeição” Paulinho Cascavel Antigo avançado do V. Guimarães