Uma recandidatura inevitável
Depois de tudo o que tem dito ao longo das últimas semanas, era evidente que Pinto da Costa seria candidato à sua própria sucessão como presidente do FC Porto.
Não se pode dizer que a confirmação da recandidatura de Pinto da Costa à presidência do FC Porto seja exatamente uma surpresa. Na verdade, tudo o que o presidente portista disse nas últimas semanas apontava nesse sentido. “Então os nossos inimigos é que apoiam um candidato para o meu clube? Aqui há gato…” ou “quando eu vejo uma pessoa que quer ser presidente, porque é uma obsessão que tem, isso não é servir o FC Porto” são o tipo de frases que deixam pouca margem para dúvidas quanto à intenção de se recandidatar e, sobretudo, de se recandidatar contra André Villas-Boas. Ora, nem de propósito, no pequeno manifesto que acompanha o convite aos sócios e adeptos para estarem presentes no lançamento do projeto “Todos pelo Porto” identificam-se algumas ideias muito parecidas com aquelas que têm sustentado a argumentação da oposição. Fala-se num projeto de renovação, numa equipa de gestão contemporânea e no compromisso de assegurar a sustentabilidade financeira do clube. Claro que as únicas conclusões que se podem retirar de um texto tão curto são forçosamente precipitadas. Haverá quem leia nele o reconhecimento de que nem tudo tem corrido bem e que é preciso “renovar” alguma coisa. E haverá quem conclua que Pinto da Costa prepara uma limpeza de balneário, com a “renovação” da equipa diretiva que o acompanha para dar lugar a uma “gestão contemporânea” que garanta a “sustentabilidade financeira” do clube, assim como quem trata de esvaziar os argumentos mais fortes da oposição e de responder às principais preocupações dos associados. Claro que certezas, só no dia 4 de fevereiro, quando Pinto da Costa apresentar o projeto “Todos pelo Porto”.