Que possa potenciar regresso à forma
Antes de escrever sobre o jogo de ontem, abordemos o da meiafinal, contra o Sporting. Tenho aqui escrito que, por várias razões, o SC Braga está a passar por um abaixamento generalizado da sua forma, isto é, da sua capacidade para manter o nível competitivo, em todas as suas dimensões, tão elevado como já demonstrou ser capaz em muitos jogos ao longo desta época, incluindo na Champions. Acontece quase sempre em quase todas as equipas que competem, como o Braga, num nível altíssimo de exigência: há sempre uma fase ao longo da época em que a forma (a capacidade performativa) vai algo abaixo. Contra o Sporting, e apesar de vitória e de toda a justificada euforia resultante da passagem à final da prova, uma análise fria e justa do jogo certamente revelará que, principalmente na primeira parte, o Braga esteve numa situação de grande inferioridade relativamente ao rival lisboeta. Valeu o esforço, a entrega e a atitude guerreira dos jogadores, que nunca esteve em causa. Mas foi um jogo muito desequilibrado (talvez o mais desequilibrado da época, incluindo o do Real Madrid) e só após o golo de Abel Ruiz ( que feliz fiquei ter sido ele a apontar o golo da vitória, pois sei bem que ele o merece) é que a equipa bracarense tomou consciência que é capaz de jogar de igual para igual contra qualquer equipa, e reequilibrou o jogo e acabou mesmo por conseguir ser
Valeu-nos a “lotaria” dos penáltis, porque o Braga mostrou fragilidades
superior ao seu oponente. Por isso, encarei o jogo da final, contra o Estoril, com um sentimento de alguma ansiedade, que me temperou muito a euforia de estar numa final. E o jogo veio a dar-me razão. Um Braga com as fragilidades que tem vindo a revelar: dificuldade em sair da pressão alta, incapacidade de fazer pressão alta, taxa elevada de passes falhados, apatia no desenvolvimento de lances de ataque, com falta de velocidade, pouca mobilidade dos extremos e alguma falta de criatividade, compensado, apesar de tudo, pela entrega total dos atletas. Tudo isto somado deu um Braga incapaz de ser superior ao Estoril, como seria a sua obrigação. Valeu-nos a “lotaria” dos penáltis ( que foram muito bem marcados, todos). E, para a história, fica mais um título para o nosso clube, e isso é que verdadeiramente interessa. E pode ser que este título potencie um regresso à forma, à excelência do futebol que nós sabemos bem que este plantel é capaz. Viva o S.C. Braga!!!