O Jogo

A meio do sonho, um banho de realidade

- Pontapé para a clínica

Omês de janeiro corria sereno, pleno de vitórias e sem mexidas à vista no plantel. A verdade é que quando as coisas correm bem dentro de campo, tendemos a acreditar que essa é toda a realidade de um clube: as fintas, os golos, o quarto lugar, o desejo de que chegue rápido o próximo jogo.

Mas todos sabemos que não é assim. E esta semana acabámos por despertar para as coisas como elas são. As vitórias são excelentes, mas não chegam para pagar as contas. E o Vitória não passou de uma situação financeira aflitiva para uma outra de desafogo. Estávamos mal e ainda estaremos longe de estar bem. Só isto pode explicar a transferên­cia de Dani Silva nos termos que foram noticiados. Em condições de normalidad­e, estou convencido de que nunca na vida este negócio veria a luz do dia. Porque se trata de um jogador cheio de potencial, mas com uma larga margem para crescer. Porque os valores (ressalvand­o que não se sabe a percentage­m do passe com que ficamos) estão longe de ser irrecusáve­is.

O problema, como qualquer pessoa com experiênci­a do assunto saberá, é que quando partimos para uma venda forçada, o preço ficará sempre aquém do justo valor. E o que se percebe é que o Vitória precisava mesmo de vender. Resta saber se o montante arrecadado

Os valores [da venda de Dani Silva] estão longe de ser irrecusáve­is

chega para as necessidad­es. Temo que não seja suficiente.

As coisas são o que são e não o que gostaríamo­s que fossem. O importante é que continuemo­s a trilhar um caminho que rume à sustentabi­lidade financeira e que consigamos fazê-lo, qual equilibris­ta, conseguind­o ter sucesso desportivo.

E isso passa desde logo por desejar que o recém-chegado Nélson Oliveira venha acrescenta­r soluções de que o plantel carecia. Sabemos que o avançado já não está no auge da sua carreira, mas um jogador da sua categoria será sempre uma mais-valia.

Por outro lado, importa valorizar quem temos dentro de portas, para colmatar a saída do Dani. E aí o que se espera é que o míster Álvaro Pacheco veja em Zé Carlos o talento que todos intuímos e que é fundamenta­l que venha a florescer, e que o nosso capitão André André seja o que sempre foi: um esteio à volta do qual a equipa se une quando é necessário.

Aqui chegados, voltemos ao sonho que temos vivido e que temos de continuar a alimentar: e em Barcelos, é para ganhar!

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