O Jogo

Empurrão de César Maluco

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Simoninha, de 59 anos, ●●● herdou do pai os genes musicais, a paixão pelo futebol, mas divergiu na escolha do manto sagrado. Simonal sofria pelo Flamengo, Simoninha delira com o Palmeiras, pois o Verdão dos tempos recentes nem sequer provoca calafrios ou desespero. É, hoje, um dos embaixador­es maiores do clube no mundo artístico, fervoroso nas bancadas.

“A febre palmeirens­e começou na infância, fui mudando entre Rio e São Paulo dos dois aos nove anos, até que fico em definitivo em São Paulo, a morar quatro anos no Hotel Lord Palace na rua das Palmeiras, e aí eram as concentraç­ões do Palmeiras da era Ademir da Guia, Leivinha, César Maluco, Leão, Dudu. Era uma equipa incrível nocomeçodo­ssetentas.Omeu pai era amigo de muitos deles e eu, enquanto criava, ficava fascinado, sempre vendo conversas ou no café da manhã ou na hora do almoço”, conta, concretiza­ndo o amor. “César Maluco era um desses, especialme­nteamigodo­meupai,tinha uma loja de roupa masculina mesmo perto do hotel. Eu voltava da escola e ficava na loja, falava com as vendedoras e o César adorava-me e levava-me a alguns treinos. A paixão começa assim, mas é um casamento definitivo do meu coraçãoqua­ndovejooPa­lmeirasgan­har ao Corinthian­s no Morumbi em 1974 na resolução do campeonato paulista. Esse jogo foi histórico, o estádio virou uma praça de guerra, eu vi esses jogadores que eram amigos ganharem uma batalha épica. Não teve jeito”, confessa, gabando o pai pelo gostinho herdado pelo jogo, paixão do golo e sofrimento na bancada. “Ele foi muito importante porque era imensament­e apaixonado por futebol. Gostava de ir aos estádios, no Rio levava-me ao Maracanã, em São Paulo ao Morumbi, Pacaembu ou Parque Antárctica. Havia respeito pelos outros adeptos, íamos aos jogos com eles, assistia a outras equipas. Era tudo saudável e o meu pai incentivou-me muito. Também em jogar à bola, mesmo sendo ele impression­ante perna de pau. Mas estava sempre ligado ao futebol, virou tradição de família, algo forte da minha infância. Agora tenho já os meus filhos apaixonado­s pelo Palmeiras”, conta.

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