O Jogo

ALTA VOLTAGEM DE “EVA” DEIXA FARO EM CHOQUE

ESPETÁCULO Ponta-de-lança portista abre o marcador e fixa triunfo, com resposta muito forte dos algarvios, mas insuficien­te para travar o grande momento dos dragões

- Textos VÍTOR SANTOS

O FC Porto somou o terceiro triunfo seguido no campeonato, ao vencer o Farense, por 3-1, no São Luís, um estádio vibrante que mereceu receber um dos melhores jogos da edição 2023/24 da Liga.

Dos 29 aos 35 minutos, a partida conheceu duas grandes penalidade­s, uma anulada com recurso ao VAR, outra desperdiça­da por Mattheus Oliveira, e ainda um bonito golo de Evanilson. Este curto período ilustra bem a corrente contínua de um duelo eletrizant­e, que encheu a barriga a quem gosta de futebol corajoso e emocionant­e. Os três pontos viajaram para o Porto, as vitórias morais são coisa de outras missas, mas José Mota bem pode estar orgulhoso do trabalho dos jogadores do Farense, um coletivo que evolui naquele 4x3x3 inventado pelo técnico, há duas décadas, na Mata Real, de saída rápida, agressivo, positivo e sempre de olho na baliza. Só mesmo um grande FC Porto, de repente com a fórmula certa, no melhor momento da temporada, poderia sair do Algarve com a missão cumprida, graças à alta voltagem de Evanilson e outras estrelas que, finalmente, começam a encontrar a liberdade e organizaçã­o adequadas para brilhar e ameaçar Sporting e Benfica.

A vantagem de dois golos que aconchegav­a os portistas ao intervalo, não sendo escandalos­a, estava longe de ilustrar o que foi o jogo na primeira parte. Dando sequênciaà­on da positiva, o FC Porto assumiu a condução do encontro através do maestro Alan Varela e instalou-se no meio-campo algarvio, onde se acantonava uma equipa à espera da oportunida­de para morder. Só não aconteceu porque Diogo Costa desviou com os olhos para os ferros um tiro de Elves Baldé e Mattheus Oliveira acertou na Ursa Maior, na cobrança de uma grande penalidade. Antes, durante e depois, também os dragões ameaçaram furar abaliza de Ricardo Velho,conseguind­o mesmo abrir o marcador na horinha certa, porque a fé dos brancos estava a transforma­r-se num peito cheio prestes a explodir em festa. Com o penálti falhado, a alegria prometida rapidament­e daria lugar a dupla desilusão, porque Evanilson faturou logo a seguir. Um choque, ou dois, já que Varela tratou de explicar, poucos minutos depois, que além de um brasileiro também há no FC Porto um argentino casado com os golos.

Golpes destes derrubam qualquer equipa, por mais experiente e endinheira­da que seja. Mas não o Farense, que até tem um orçamento modesto. Por isso, apesar da reentrada forte dos azuis e brancos, o primeiro golo da segunda parte aconteceu na baliza de Diogo Costa. E de penálti, agora, sim, convertido, mas por Bruno Duarte, porque Mattheus,depoisd aquela maldade em cheio nos céus, ofereceu ao companheir­o a possibilid­ade de brilhar. Com o resultado em 2-1 e tanto para jogar, o duelo parecia caminhar para um final emocionant­e. Podia ter acontecido, mas não aconteceu, porque a segunda versão do FC Porto, mais cerebral, mais equilibrad­o, menos entregue à vertigem, chegou e sobrou para controlar um adversário ameaçador e devolver a ação à outra área. Os dragões, serenos e mordazes, voltaram a marcar e, se à primeira não valeu, porque havia fora de jogo de Galeno antes do remate mágico de Pepê, Evanilson bisou com toda a limpeza e encerrou a discussão.

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Varela marcou pelo segundo jogo consecutiv­o
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