Fim a três meses de jejum
Contundente na primeira parte, o Portimonense cerceou os movimentos de um Boavista que arrebitou apenas após o intervalo, já com uma larga desvantagem para recuperar
Foi um jogo de nervos para o Boavista, que demorou a desfazer o nó montado por um meio-campo dominado por Carlinhos e um ataque letal. Os algarvios voltaram a vencer fora de casa após longa pausa.
oPortimonensenãosaboreava uma vitória fora. O jejum terminou ao fim de cinco derrotas na condição de visitante, aplicando o mesmo resultado (4-1) que sofrera, em casa, frente ao Boavista. A vingança é um prato que serve frio, já diz o ditado. Para os axadrezados, foi um jogo de nervos, principalmente na primeira parte. O sofrimento aumenta e a espera por um triunfo em casa mantémse desde setembro.
Paulo Sérgio surpreendeu com a estreia a titular de Hildeberto, reforço de inverno, e com uma linha defensiva renovada. Uma aposta bem sucedida,porqueoataque,apoiado por Carlinhos, ganhou fôlego e o meio-campo apertava os espaços aos criativos do adversário. A estratégia dos algarvios quebrou o discernimento na preparação dos movimentos ofensivos do Boavista. E os adeptos da casa não estavam a gostar e ficaram mais desagrados depois do primeiro golo, da autoria de Hélio Varela, facilitado pela defesa e pelo guardaredes, João Gonçalves.
Estava tudo a correr bem nas transições ofensivas do Portimonense e também nas recuperações. Foi, aliás, de uma perda de Reisinho que nasceu o 0-2, num contra-ataque de Hildeberto, a assistir Jasper. O Boavista tentava reagir, mas encontrou um Nakamura resistente na baliza. Do outro lado, a energia não se esgotava, até que Carlinhos, de livre, dilatou para 3-0. A primeira parte fechou com um tiro ao poste de Reisinho.
O intervalo fez bem aos axadrezados. Revitalizados pela “Na primeira parte faltou atitude, determinação e concentração. Sabíamos que corríamos riscos se não fossemos fortes na reação à perda da bola. A segunda parte foi melhor, acertámos pormenores, fomos superiores. Quando não somos capazes de traduzir as intenções, acabamos por pagar uma fatura muito alta” entrada de Bruno Lourenço e, depois, de Luís Santos. Nakamura continuava a travar tudo e os centrais apertavam Bozenik. A esperança voltou com o cabeceamento de Makouta, na sequência de um canto da esquerda de Tiago Morais. O Portimonense esforçou-se por gerir a situação e mostrou eficácianocontra-ataque,fechando com um grande golo de Luan.
“Na primeira parte faltou atitude e concentração”
“Só deixaríamos fugir a vantagem se desaparecêssemos”
“Subimos o Carlinhos e fizemos os centrais crescerem no meio-campo contrário. Quiçá isso surpreendeu o Boavista. Com uma vantagem de 0-3, só deixaríamos fugir a vantagem se desaparecêssemos de campo, ou se relaxássemos. Na segunda parte, fizemos a gestão da vantagem.”