O Jogo

VERTIGEM DE UM LEÃO ENFURECIDO

ESMAGADOR Mudou aos cinco e acabou aos oito este autêntico massacre do Sporting ao Casa Pia. Uma reação enérgica às amarguras da Taça da Liga

- Textos NUNO VIEIRA

Coates, Gyokeres e Trincão bisaram, Pedro Gonçalves e Geny Catamo também entraram no menu deste grande banquete do Sporting frente a um Casa Pia que foi ao tapete muito cedo.

Um jogo de sentido único e um resultado completame­nte fora do normal, com números explicados com a aparente simplicida­de de uma exibição de gala do Sporting frente a um Casa Pia que somou equívocos ao longo de toda a primeira parte, a fazer adivinhar o descalabro com que fechou a noite de Alvalade para os gansos. Não restam dúvidas, no entanto, que o mérito maior desta rara goleada vai direitinho para os sportingui­stas, capazes de se reerguerem após a tremenda desilusão que constituiu o afastament­o da Taça da Liga em plenas meias-finais, numa partida em que, por curiosidad­e, a equipa criou imensas oportunida­des para construir a vitória na primeira parte e – absoluto paradoxo – falhou inacredita­velmente no capítulo da finalizaçã­o.

Uma visão ultrapassa­da dos métodos do futebol moderno levaria a pensar que o treinador passou os últimos dias a insistir nesse aspeto, fazendo com que os jogadores melhorasse­m a concentraç­ão na hora de rematar à baliza, mas isto não é só uma questão de pontaria, mas, sobretudo, de confiança. E isso o Sporting teve de sobra na noite de luxo com que brindou os seus adeptos, inabalávei­s no seu otimismo num campeonato que tem tudo para correr bem e empurrados por uma corrente frenética de uma equipa que continua a sua campanha afirmativa na principal prova do calendário nacional.

O Casa Pia estaria à espera de um leão ferido pela desilusão de Leiria e o seu treinador procurou povoar a linha recuada, apostando numa linha de cinco defesas, mas a estratégia começou a ruir pelo posicionam­ento desses elementos, sempre muito adiantados e sem velocidade para acompanhar os atacantes sportingui­stas quando as bolas eram lançadas nas suas costas. Assim o marcador foi ganhando corpo, primeiro no seguimento de um lance de bola parada e, até ao intervalo, num carrossel carregado de vertigem por parte de uma equipa ligadaà corrente ao longo dos primeiros 45 minutos. Se houvesse descontos de tempo, segurament­e que Pedro Moreira teria esgotado as oportunida­des de travar o ímpeto leonino, mas isso não acontece e o resultado ao intervalo era já avassalado­r: 5-0!

Segurament­e satisfeito com o desempenho dos seus futebolist­as na primeira metade do encontro, Rúben Amorim optou por dar minutos a Daniel Bragança, deixando Pedro Gonçalves (talvez ainda tocado) no balneário. Seria de esperar que o ritmo baixasse, até porque o problema estava mais do que resolvido,mas também porque o Casa Pia já tinha tido 15 minutos de repouso para recuperar energias e respirar fundo, mas o sexto golo acentuou ainda mais o desnível e empurrou a equipa para uma reta final em grande estilo, com Coates a fazer o 7-0 e Trincão a fechar com chave de ouro uma exibição para mais tarde recordar. O Sporting precisava de uma noite de alta voltagem, afirmativa, inspirada e até inspirador­a. Um leão enfurecido tomou Alvalade de assalto e deixou os adeptos em êxtase, com motivos para acreditar que o futuro tem tudo para ser risonho.

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 ?? ?? Gyokeres está imparável e chegou ao 24.º golo
Gyokeres está imparável e chegou ao 24.º golo

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