“JOGA LESIONADO, DOENTE, É LUTADOR”
Cândida Mota, ex-jogadora e mãe de Martim Costa, melhor lateral-esquerdo do Europeu, falou a O JOGO sobre o filho mais velho
Geralmente mais associados ao pai, Ricardo Costa, antigo internacional A e treinador do Sporting, Martim e Kiko Costa também foram buscar genes de andebolistas à progenitora, Cândida.
“Se olharmos à postura corporal é parecido comigo, em termos de feitio a mesma coisa, porque é calmo, como eu era, mas acho que também tem coisas do Ricardo [Costa]”, descreve Cândida Mota, 48 vezes internacional (33 A, com 132 golos), que também foi lateral-esquerdo, como o filho Martim, de 21 anos, recém eleito para o sete ideal do Europeu. “Eles são valentes, venha quem vier não têm medo de ir para cima. Nisso são mais como o pai, eu ia abaixo quando as coisas não corriam bem”, continua Cândida, desta vez referindo-se também ao filho mais novo, Kiko, de 18 anos, igualmente presente no Campeonato da Europa.
“Não estava à espera que ele tivesse este rendimento”, reconhece a antiga andebolista sobre as atuações do filho mais velho, que, além de ter sido o melhor lateral-esquerdo, também foi o melhor marcador, com 54 golos. Isto depois de ter ficado a zero na primeira partida, com a Grécia. “No jogo seguinte eu estava muito nervosa, ansiosa, por ele”, revela. “Mas ele joga lesionado, joga doente, é um lutador. Nesse caso são os dois valentes. O Martim vem todo arranhado para casa, mas isso para ele são medalhas”, refere a O JOGO.
A mudança radical, do primeiro encontro para os seis que se seguiram, tem outras explicações: “O irmão e alguns colegas de equipa foram importantes, falaram com ele, deram-lhe força. Nós também, fomos falando com eles, o pai mandava mensagens
motivacionais”, disse, destacando a importância do antigo internacional e treinador do Sporting.
Foi já em casa, no Porto, que o jovem leão soube que tinha sido eleito o melhor lateralesquerdo do Europeu e apenas o segundo jogador português a entrar num sete ideal, depois de Carlos Resende, no Euro’2000, na Croácia. “O Martim é um miúdo muito
calado e não deixa transparecer as emoções. Quando soube que ganhou este prémio, que para mim é fantástico, manteve-se deitado no sofá, super tranquilo, a ver as coisinhas dele no telemóvel”, conta Cândida. “Eu fiz mais festa, agarrada a ele”, diz uma “mãe orgulhosa, como todas as mães que veem os filhos ter sucesso na vida”. “Ele equilibra muito bem as coisas,
seja para a euforia, seja para a tristeza”, acrescenta.
A progenitora, que só jogou até aos 25 anos precisamente para ser mãe, diz que o filho “viu a final em casa de uns amigos”, pelo que não sabe “se o Martim estava a contar os golos do Gidsel”, dinamarquês que quase o ultrapassou no número de golos – empataram, mas Martim fez menos um jogo.
“Aumentou o número de mensagens a saber deles. É natural, depois do Europeu que fizeram”
Cândida Mota Mãe de Martim e Kiko Costa