“QUALIFICAÇÃO FOI MER ECIDA”
João Costa, melhor marcador da Liga 3, bisou frente ao Amora e permitiu aos ribatejanos alcançar a fase de subida
Aos 23 anos, o avançado já subiu por duas vezes à II Liga, uma com a camisola do Estrela da Amadora e outra com a do Belenenses. Agora, pretende cumprir o mesmo objetivo no Ribatejo.
MIGUEL GOUVEIA PEREIRA
Com 11 golos apontados, João Costa, 23 anos, é o melhor marcador da Liga 3. O avançado do Alverca assume a O JOGO o desejo de arrecadar este troféu no final da época, mas o mais importante é ajudar o Alverca a subir à II Liga.
Bisou na vitória frente ao Amora (3-1), ajudando o Alverca a chegar à fase de subida. Foram os golos mais importantes da época até agora?
—Todos os golos são importantes, embora estes tivessem uma importância diferente porque tínhamos de ganhar para ir à fase de subida. Sabíamos que estávamos tão perto do primeiro objetivo e não queríamos falhar. A nossa qualificação para a fase de subida foi merecida.
Neste momento é o melhor marcado da Liga 3, com 11 golos. É um objetivo terminar no topo dos goleadores?
—Sendo avançado, queremos sempre marcar golos. Claro que há o sonho de ser o melhor marcador do campeonato e, já que estou em primeiro, queria manter essa posição. Era sinal que continuava a marcar e a ajudar o Alverca.
Sente que esta está a ser a sua melhor época como sénior?
—Sim. Tinha como objetivo superar os golos da época passada [nove], mas sabia que quando chegasse aos dez não ia parar. E é isso que está acontecer, tenho 11 no campeonato e dois na Taça de Portugal. Ainda faltam muitos jogos e gostava de fazer melhor do que o Zequinha, que foi o melhor marcador da Liga 3 na época passada, com 15 golos.
O Alverca conseguiu qualificar-se para a fase de subida, mas passou por momentos difíceis. Qual foi o segredo para ultrapassar as fases menos boas?
—Foi complicado, houve momentos em que estivemos abaixo dos quatro primeiros e perdemos muito pontos. O segredo foi o treinador João Pereira nunca deixar de acreditar no processo e nunca baixarmos os braços. Acreditámos sempre que íamos dar a volta por cima e foi isso que nos fez cumprir este primeiro objetivo.
Já subiu pelo Estrela da Amadora e Belenenses. Dada a sua experiência, o que considera que faz a diferença nesta fase decisiva?
—Sabemos que vamos apanhar equipas muito difíceis e vamos jogar em estádios complicados, nomeadamente na zona norte. Temos de estar concentrados do primeiro ao último minuto, basta um detalhe para sofrermos. Quando isso acontece, é difícil dar a volta. O fator casa também pode ser importante, porque se ganharmos todos os jogos no nosso campo dificilmente não subimos.
Nos últimos dois anos, o Alverca chegou a esta fase mas não conseguiu a promoção à II Liga. Isso é algo ainda falado dentro do balneário?
—Fica sempre uma mágoa de ir à fase de subida e não conseguir o objetivo de chegar à II Liga. Temos de esquecer o passado, pensar positivo e nunca deixar de acreditar que iremos subir.
É comandado por João Pereira, um treinador de apenas 31 anos. Como tem sido essa experiência?
—Tem sido muito bom. É um treinador jovem e tem uma longa carreira de sucesso pela frente. Ajuda-nos muito a evoluir, fez um grande trabalho na temporada passada no Amora e agora esta a dar-lhe continuidade no Alverca. Fala muito com os jogadores nos treinos e tem uma boa relação connosco, por isso considero que é um bom treinador. Esperamos continuar a trabalhar em conjunto para conseguirmos a subida aos escalões profissionais.
Como é que se define como avançado?
—Sou um avançado que pode jogar sozinho na frente ou com alguém ao lado. Por exemplo, este ano está a correr bem a parceria com o Hachadi no Alverca, mas na
“Sendo avançado, quero sempre marcar golos e claro que há o sonho de ser o melhor marcador do campeonato”
época passada joguei muitas vezes só no ataque no Belenenses e foi positivo. Depende das características de cada colega e da forma de jogar. Pessoalmente, considero que sou um jogador que ataca bem a profundidade e gosto de ser um atacante móvel, com movimentos curtos. Na área, procuro ser letal.
Tem alguma referência na sua posição?
—Cristiano Ronaldo. Não só por ser um jogador português, mas também por todo o seu trajeto e evolução, que é um exemplo para mim e para outros, seguramente. É, sem dúvida, uma referência: até festejo como ele!