O Jogo

“Medo de perder? Isso não”

PINTO DA COSTA A menos de três meses das eleições, o líder azul garante que “êxitos pessoais” não o preocupam

- FRANCISCO SEBE BRUNO FILIPE MONTEIRO

Presidente dos dragões assegura que não deixaria de se candidatar por receio. “Se não tivesse a mentalidad­e de encarar os problemas de frente, já não era presidente do FC Porto”, vinca.

A menos de três meses de um ato eleitoral que se adivinha quente, por força da entrada de André VillasBoas na corrida, Pinto da Costa deixou a garantia de que nunca deixaria de ser candidato por receio. “Isso não. Medo de perder? Isso para mim... Nunca me preocupara­m os êxitos pessoais. Não me dizem nada. Fico mais à rasca quando me elogiam publicamen­te do que quando me assobiam ou dizem alguma coisa. A minha preocupaçã­o é que o FC Porto ganhe. Sou presidente do FC Porto não por ambição, mas por missão. E se for novamente, é porque acho ainda tenho alguma coisa a fazer e a cumprir. Neste momento, há tanta coisa que me preocupa e para fazer no FC Porto, que não tenho tempo para pensar em eleições e nada disso”, assegurou o presidente portista, no programa “Primeira Pessoa”, gravado há algumas semanas mas transmitid­o ontem na RTP.

Pinto da Costa tem o pensamento virado para o futuro, porque na agenda constam “projetos que gostava de realizar ou, pelo menos, iniciar”. As palavras são do próprio, a quatro dias de anunciar oficialmen­te a recandidat­ura à liderança do FC Porto. A sede de vencer, assegura, não desvaneceu. Pelo contrário... “O meu apetite de ganhar é cada vez maior. Não me sinto presidente porque me dizem que já ganhei 2500 títulos ou porque fiz um estádio. Como presidente e sócio do FC Porto, só me interessa o futuro. Os projetos que tenho e que gostava de poder realizar ou, pelo menos, iniciar”, afirmou.

Em relação à personalid­ade que pretende manter enquanto estiver noto poda hierarquia azule branca, Pinto da Costa foi perentório. “Se não tivesse a mentalidad­e de encarar os problemas de frente, já não era presidente do FC Porto há muito tempo. Se for para uma batalha e propuser algo, se a pessoa ao meu lado não acreditar que sou capaz, nãoé possível. Têm de acreditar queé possível fazer e que vamos fazer”, sublinhou, referindo que a relação com a Comunicaçã­o Social deteriorou-se “porque o FC Porto começou e está a ganhar”.

Pinto da Costa elegeu, ainda, os melhores e piores momentos que viveu em quase 42 anos de presidênci­a. “A primeira grande sensação foi a vitória na Taça dos Campeões de 1987. Em 1984, fomos a uma final europeia, que perdemos e onde fomos bem ‘gamadinhos’. Ganhámos a final seguinte. A inauguraçã­o do Dragão foi fantástica, pela forma como foi conduzido o processo anti-estádio. Um momento triste foi um jogo em Penafiel, em que sabia que o Pedroto tinha um cancro. Foi difícil, porque sabia que era a última vez que íamos estar juntos no banco. E houve as perdas de Reinaldo [Teles], Rui Filipe, Pôncio Monteiro... Não falo das derrotas, porque após as derrotas, vêm vitórias”, rematou.

“Nunca me preocupara­m os êxitos pessoais, não me dizem nada”

“Se não tivesse a mentalidad­e de encarar os problemas de frente, já não era presidente”

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