O Jogo

Sérgio Conceição “Às vezes jogamos contra mais do que 11”

O treinador do FC Porto elogiou a atitude da equipa perante um Rio Ave que não incomodou, mas a arbitragem de Antóno Nobre deixou-lhe um sabor amargo

- CRISTINA AGUIAR

“Há dias assim”, desabafou o técnico portista no final de um empate sem golos, mas com um avalanche de situações criadas pelos dragões. O resultado é “ingrato” e “injusto” pelo esforço da equipa.

“Os jogadores trabalhara­m de uma forma incrível, percebíamo­s o que fazer para ir à procura de golos”

Sérgio Conceição viu um

Rio Ave satisfeito com o desenrolar do jogo e uma série de “situações dúbias” por parte da arbitragem.

Muitos remates, mas a bola não entrou. Que análise faz?

—Fizemos de tudo, os jogadores trabalhara­m de uma forma incrível. Percebíamo­s o que fazer para estarmos equilibrad­os, para ir à procura de golos e tentámos de tudo. É um jogo muito ingrato e muito injusto. Merecíamos a vitória, uma vitória folgada, contra uma equipa que praticamen­te não teve um remate enquadrado à baliza. Os jogadores estão de parabéns pelo jogo que fizeram.

“Evanilson foi tocado, não há simulação. Pode haver outro critério do árbitro, mas o instinto foi marcar penálti”

A distância em relação ao Sporting e Benfica complica?

—Em maio fazemos as contas. Com este espírito, a trabalhar desta forma, com mais eficácia ganhávamos de forma justa e folgada e não pelo cansaço do adversário. Também jogámos muitas vezes depois de Liga dos Campeões, ao terceiro dia. Uma vez fomos a Bruges e jogámos nos Açores às 14 horas; nem 72 horas de repouso. Não é por

causa disso, mas pelo grande trabalho que os meus jogadores fizeram a todos os níveis.

A equipa ficou mais intranquil­a depois dos golos anulados e o penálti revertido?

—Não é questão de ficar mais ou menos ansiosa. Há decisões muito dúbias. Acredito plenamente nos meus jogadores, acredito que o Evanilson foi tocado, não há simulação. Pode haver outro critério do VAR, mas o instinto foi marcar penálti. Havendo um toque não é simulação. Não sei o porquê de ter chamado o árbitro.

Pepe pediu respeito pelo FC Porto...

— Sentimos que nós levamos amarelos porque chegamos à

beira do árbitro a reclamar por vezes deforma exagerada, mas depois há ali exemplos de jogadores adversário­s que fazem duas ou três faltas em cinco minutos e não sai um cartão amarelo. E no nosso caso tivemos isso, logo na hora. Fica difícil... Jogámos sempre contra 11 e, às vezes, mais do que contra 11. Dentro do que fizemos como equipa, o que os jogadores trabalhara­m, a forma como quisemos cobrir espaços de formas diferentes, combinaçõe­s, cruzamento­s, finalizaçõ­es… Enfim, é ingrato chegar ao fim deste jogo com este conteúdo e levar um ponto só.

“Levamos amarelos porque chegamos à beira do árbitro a reclamar por vezes de forma exagerada”

“Tivemos situações que podiam dar golo, que por infelicida­de, o VAR analisou de outra forma”

As alterações tiveram o efeito esperado?

—Há um desgaste natural

dos jogadores. Tentámos ter mais peso na área. Percebemos que o Rio Ave tinha a intenção de levar um ponto. O Gonçalo é um desequilib­rador, metemos o Iván [Jaime] mais por dentro, por ter caracterís­ticas diferentes do Galeno, metemos também um avançado para juntar ao Evanilson... Quebrámos a linha muitas vezes. Tivemos situações para fazer golos, fizemos golos e tivemos situações que podiam dar golo. Por infelicida­de, o VAR analisou de outra forma. Muito mérito dos meus jogadores, que conseguira­m meter em dificuldad­e [o Rio Ave] e não deixaram fazer praticamen­te um remate enquadrado.

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Conceição considera que foi ingrato para o FC Porto terminar o jogo empatado

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