De poupanças
1A janela de transferências de janeiro de 2024 fica marcada pela redução muito significativa do número de transferências e valores envolvidos por todo o mundo. O “The Guardian” noticia que nas 5 principais ligas europeias foram transferidos 529 jogadores, com um valor total transacionado de cerca de 620 milhões de euros. A maior operação na Premier League em 2024 foi a que trouxe Dragusin do Génova para o Tottenham por cerca de 30 milhões de euros.
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Em janeiro de 2023, o mercado de Janeiro movimentou cerca de €1,5 mil milhões, incluindo cerca de €955 milhões em investimento dos clubes da Premier League. Na altura, destaque para o Chelsea, que bateu recordes para assegurar Enzo Fernández por €125 milhões. Segundo a Deloitte, os gastos da Premier League, em 2023, representaram um aumento de 90% em comparação com o mercado de inverno de 2018, que registava o maior investimento até então (cerca de €500 milhões).
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As novas regras de Rentabilidade e Sustentabilidade, que permitem
6perdas máximas de cerca de €125 milhões por cada ciclo de 3 anos, resultaram já na dedução de 10 pontos e numa possível segunda dedução de pontos impostas ao Everton, bem como na acusação formal do Nottingham Forest.
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A chegada de Boehly ao Chelsea, em 2023, trouxe os célebres contratos de trabalho de 8 anos, um truque contabilístico que permitia que o clube amortizasse o valor de compra de um jogador ao longo do seu contrato de trabalho. Em Dezembro de 2023, os clubes votaram o fim do chamado “Chelsea loophole”. Por estas duas razões, os clubes ingleses estão, em 2024, muito mais constrangidos do ponto de vista financeiro. A Premier League, onde se encontram os principais clubes compradores, tem sido um grande motor dos mercados de transferências, pelo que fica explicado o arrefecimento sentido neste janeiro.
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Por outro lado, o campeonato saudita, que agitou de forma decisiva o mercado de verão de 2023, registou um nível mínimo de investimento.
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Um contexto mundial que teve reflexos naturais em Portugal, onde o mercado – quer de compras, quer de vendas – teve números muito inferiores aos de 2023.