Um título, mas com rendimento inferior
Escrevi, no rescaldo da conquista do título de “Campeão de Inverno”, que o Braga venceu a prova naquele que é o seu pior momento de forma (entenda-se “forma” como capacidade competitiva ou performance). E isso, para mim, até é um bom sinal. É sinal de uma maturidade competitiva que é própria das grandes equipas, dos grandes plantéis. Ou seja, não é necessário estar sempre no limite máximo das respetivas capacidades competitivas para se ganhar um título, como foi o caso da Taça da Liga. E isto é próprio dos campeões. E também, na minha crónica anterior, alvitrei a hipótese de a conquista do troféu servir de alavanca para a retoma da forma, para o regresso ao Braga dos primeiros jogos da Liga (e da Champions), um Braga cheio de energia, criatividade, movimentações atacantes pelo interior que confundiam o adversário, etc. Mas o jogo contra o Chaves não nos deu essa imagem. Apesar da inegável superioridade territorial e de posse de bola, só houve um Braga verdadeiramente agressivo nos últimos 15 minutos que, ainda assim, foram suficientes para criar inúmeras oportunidades claras de golo. Mas o índice de desperdício subiu bastante, o que explica o empate comprometedor. Um jogo que regista também o miserabilismo do antijogo flaviense, e que nos faz recair na pequenez que é realidade do futebol português. Ao mesmo tempo do BragaChaves, estava a ser transmitido o
A luta pelo 4.º lugar, com o nosso rival geográfico, promete ser dura
Liverpool-Chelsea e, apesar de haver um clube a vencer e outro a perder, o jogo esteve sempre frenético, sem paragens. Qualquer adepto de futebol, mesmo de nacionalidade portuguesa, que não fosse do Braga ou do Chaves, preferiria (e deve ter preferido) ver o jogo inglês, pois no jogo português a bola esteve mais vezes parada do que a rolar. Algo triste. Dito isto, a verdade é que, comparando esta época com a anterior, já temos um título alcançado, e isso é que fica para a história e para as estatísticas. No entanto, é urgente recuperar a forma, pois uma comparação mais detalhada entre as época 22/23 e 23/24 revela um Braga algo inferior, o que explica que, à 19.ª jornada, a nossa luta seja quase já só pelo 4.º lugar, que é o objetivo mínimo exigível, estando o pódio demasiado distante. E a luta pelo 4.º lugar, com o nosso rival geográfico, promete ser dura. Cada jogo será uma batalha, mas sabemos bem que temos guerreiros com valor e coragem mais do que suficiente para as vencer a todas.