DUAS FACES GERAM MUITOS CALAFRIOS
Artur Jorge pediu dom na definição e Ruiz correspondeu. Valeu aproximação ao top 3, com sustos
Guerreiros conviveram com alguns demónios após o empate com o Chaves. A entrada foi promissora, rendeu avanço, mas o Moreirense acabou por cima, a ameaçar e a assustar a Pedreira
Galvanizante no cerco inicial, o Braga marcou e definiu o sabor do jogo; titubeante na reta final e quase a convocar a desgraça, eis o resumo de uma histeria exibicional que mexeu com as emoções da plateia. Duas caras marcadas por incertezas recentes, choques e angústias que não beliscaram objetivo maior: a conquista de três pontos, com reaproximação ao top três pela perda de pontos do FC Porto, e bloqueio às vozes de contestação das bancadas, que se fizeram ouvir após o empate caseiro com o Chaves.
Ingredientes que temperaram esta vitória, capaz de elevar a confiança, tornando o prato mais saboroso do que bem apresentado. Ideias positivas de início, aragem encorajadora, velocidade difícil de acompanhar pelo Moreirense, submetido ao sufoco e refém deste direito de resposta do Braga ao desfecho anterior. Os guerreiros validaram tão desenfreado apetite aos oito minutos por quem anda com fome de golo e que acabara de tirar a barriga de misérias na Taça da Liga. A assinatura de Abel Ruiz teve também confeção vistosa de Zalazar, tendo sido o uruguaio a encabeçar o manifesto anticrise deste Braga, recusando abrandar, mesmo com o resto do conjunto mais desconfiado ou temerário. O Moreirense, grande sensação da liga, demorou a acertar, apenas passou a equilibrar a partir da meia hora, sabendo, sobretudo, desligar a corrente ao adversário e estancar o perigo.
Um manual de boas práticas defensivas que tiveram o condão de enervar o Braga, devolvendo dúvidasao guião. A vantagem mínima levada para os minutos finais, com o Moreirense mais destemido nas suas intenções, comandado por Castro, que fora aplaudido pela Pedreira como mais ninguém, gerou pressão asfixiante e calafrios a Matheus, o que quase estragava o paladar da noite. A bola na trave de Madson quase gelou a plateia e...Artur Jorge, que sem Zalazar viu o brilho guerreiro eclipsar-se.