OUTRA VEZ O BICHO-PAPÃO
BRASIL Palmeiras de Abel Ferreira perdeu a terceira final em que precisou de disputar um desempate por penáltis
PALMEIRAS 0 SÃO PAULO 0*
* 2-4 nas grandes penalidades
Estádio Magalhães Pinto, B. Horizonte
Árbitro: Bráulio da Silva Machado
PALMEIRAS Weverton; Marcos Rocha, Gómez e Murilo; Mayke (G. Menino 82’), Rios (Moreno 82’), Zé Rafael (Guilherme 87’) e Piquerez; Raphael Veiga, Flaco López (Jhon Jhon 62’) e Rony
Treinador: Abel Ferreira
SÃO PAULO Rafael; Rafinha (J. Moreira 60’), Diego Costa, Arboleda e Welington (Erick 70’); Pablo Maia e Alisson; W. Rato (Ferreirinha 82’), Luciano (Galoppo 70’) e Nikão (Michel Araújo INT); Calleri
Treinador: Thiago Carpini
Cartões amarelos: Luciano (2’), Raphael Veiga (15’), Zé Rafael (23’), Flaco López (32’), Pablo Maia (64’), M. Rocha (90’+1’), Erick (90’+2’) e L. Guilherme (90’+5’)
Começa a ser uma realidade difícil de ignorar: o Palmeiras, de Abel Ferreira, não se dá nada bem com desempates por grandes penalidades. Ontem, pela terceira vez desde a chegada do treinador português, o Verdão foi obrigado a chegar a esse ponto numa final e pela terceira vez saiu derrotado: os péssimos pontapés de Murilo e Piquerez foram defendidos pelo guardião Rafael e o São Paulo tornou-se assim na primeira equipa brasileira a conseguir conquistar todos os troféus possíveis - a Supertaça era mesmo o único que lhe faltava.
Esta foi a quinta derrota em 12 finais disputadas no futebol sul-americano por Abel, que assim falhou o objetivo imediato de igualar o mítico
Oswaldo Brandão como treinador com mais troféus de sempre no Palmeiras: dez. Foi, também, a segunda final perdida para o São Paulo, depois do desaire no Campeonato Paulista em 2021 (que seria vingado na temporada seguinte).
O Palmeiras, que conquistara este troféu em 2023, num incrível 4-3 ante o Flamengo de Vítor Pereira, apresentouse na máxima força, à exceção da pérola Endrick, que se encontra ao serviço da seleção olímpica canarinha. O São Paulo, por seu lado, chegou motivado após conseguir a primeira vitória em 19 tentativas na casa do Corinthians, além da fome de troféus própria da juventude de Thiago Carpini, o treinador de 39 anos contratado para suprir a
Ao vencer esta final de ontem, o São Paulo tornou-se na primeira equipa brasileira a ganhar todos os troféus possíveis, a nível interno e internacional
saída de Dorival Júnior para a seleção brasileira, depois de ter dado nas vistas em patamares mais baixos. Na época passada, venceu mesmo o... Palmeiras de Abel na primeira mão da final do Paulistão (2-1), ao comando do modesto Água Santa, perdendo depois no segundo jogo por claros 4-0.
Numa partida sem grandes motivos de interesse, o campeão brasileiro foi quem mais procurou o golo, apesar de só ter estado perto de marcar em duasocasiões:porFlacoLópez, aos 51’, e aos 78’ num cruzamento-remate de Mayke travado em cima da linha pelo jovem luso-brasileiro João Moreira(vercaixa).Nodesempate final, porém, o tricolor paulista foi mais competente, ganhando por mérito próprio um lugar na eternidade.
“A Supertaça não é uma competição, é um prémio pelo que duas equipas fizeram na época passada”
“Treinámos penáltis a semana toda. Mas não é o ponto forte desta equipa, não somos bons nisso”
Abel Ferreira Treinador do Palmeiras
“Este troféu é um divisor de águas. Gera expetativa nos adeptos e aumenta a nossa responsabilidade”
“[O título] É muito devido ao trabalho feito pelo Dorival. Mas claro que tem um pouco das minhas ideias”
Thiago Carpini Treinador do São Paulo